Seguro de pessoas: a escolha do futuro é no presente

É natural que, com a proximidade do fim de ano, surja uma série de análises sobre o futuro de diferentes indústrias. E no mercado segurador não é diferente. Em um mundo em constante transformação, também é verdade e totalmente compreensível que várias dissertações acerca dos desafios, oportunidades e expectativas girem em torno de tecnologia.

Nesta análise, no entanto, não vou tratar de futuro, mas de presente. Também acredito que, para pensar sobre as perspectivas do seguro de pessoas, nada melhor que focar nas próprias pessoas.

É certo que a tecnologia vai revolucionar a indústria de seguros. O mercado tem realizado uma série de estudos e testes com o objetivo de otimizar processos, facilitar a contratação e agilizar o pagamento de benefícios em caso de sinistro. E para isso, as seguradoras devem incorporar cada vez mais no seu dia a dia ferramentas como realidade virtual, machine learning e blockchain.

Tudo isso é muito importante, mas não deve ser pensado de forma isolada. É preciso colocar luz no grande e silencioso desafio brasileiro. E o mercado de seguro de pessoas tem um papel importante neste cenário. A longevidade já está entre nós e não é coisa de futuro, mas, sim, do presente.

Primeiramente é preciso separar os conceitos de longevidade e envelhecimento. O primeiro deles é o fenômeno que trata do aumento do tempo de vida. O envelhecimento, por sua vez, é o efeito de tornar-se mais velho, principalmente fisicamente. Com esta explicação, cai por terra a ideia de que “longevidade é coisa para gente velha se preocupar”.

O brasileiro está vivendo mais e isso é muito bom. A esperança de vida ao nascer em 1980 era de 62,6 anos. Em 2018, este indicador chegou a um recorde: 76 anos. E é neste contexto que o seguro de pessoas – seja ele por meio de coberturas de risco ou de acumulação – tem importante papel de suporte financeiro à sociedade.

O primeiro ponto é que, se o brasileiro está mais longevo, ele naturalmente está, por mais tempo, exposto ao que chamamos de riscos sociais, principalmente a invalidez. Os dias atuais quebram um paradigma de que as pessoas mais velhas não têm dependentes financeiros, e, sim, dependem da família. Pesquisa recente mostrou que aumentou o número de famílias que vivem da renda de, pelo menos, um aposentado. Sob esta análise, é preciso pensar em soluções financeiras para este público cada vez mais velho e com fundamental importância econômica.

Mas se você é um pouco avesso a este tipo de assunto. Podemos mudar o rumo da conversa e trazer para uma realidade que certamente é mais próxima. Provavelmente você tem na família ou no seu círculo de amizade alguém que já passou por um momento difícil em razão de uma doença grave, como câncer, infarto ou acidente vascular cerebral. O seguro de vida também ajuda, em vida, a planejar hoje como você deseja passar o futuro.

Também convido você a se imaginar quando decidir parar de trabalhar. Quais são os seus sonhos e desejos? E pense agora: o que você está fazendo hoje para isso? É neste contexto que entra a previdência complementar, principalmente em um momento em que tanto se discute mudanças na previdência social que visam garantir a sua sustentabilidade.

Por fim, deixo alguns pontos de reflexão:

1 | Tentar fugir da longevidade é tão eficaz quanto tentar se separar da própria sombra

2 | Quanto mais cedo você se planeja para o futuro, mais tempo tem para usufruir dele

3 | Viver mais é muito bom, principalmente quando se tem tranquilidade sobre o futuro

4 | Não pensar em problemas – ou riscos – não é garantia de que eles não aconteçam

5 | Você nunca poderá prever os obstáculos da vida, mas você pode decidir como passar por eles

Por Rafael Maia

Jornalista por formação, corredor por paixão e o chef da cozinha lá de casa. Amante dos bons ventos da vida e de boas companhias.