Como empreender na aposentadoria: conheça exemplos de sucesso

Ela tem 73 anos e diz que a melhor vantagem em empreender na aposentadoria é ficar menos estressada com a rotina, já que não tem mais filhos para cuidar ao chegar em casa, nem pressão para pagar as contas ou juntar dinheiro para o futuro.

Estamos falando de “Mommy Sauce”, uma sul-coreana corajosa que, estimulada pelo filho, decidiu empreender na aposentadoria e abrir, aos 71 anos, uma fábrica de molhos secretos que, depois de décadas fazendo sucesso na família, agora são vendidos ao mundo.

Enquanto isso, do outro lado do planeta, o senhor Mohamed Smaili (ou somente Ali, para seus funcionários) não passa um dia sequer sem ir à empresa que criou aos 64 anos no Brasil. Em 1999, Ali começou a vender colchões com um capital humilde.

Em 2007, ele percebeu que a internet seria um promissor canal de vendas; montou, assim, uma plataforma de e-commerce (mostrando que “visionário” não é adjetivo exclusivo aos jovens). Hoje, aos 84 anos, o empreendedor sênior tem uma das maiores lojas do ramo no país, a Box Colchões.

O estereótipo do vovô que passa o dia se movimentando com dificuldade pela casa, fazendo tricô e guloseimas para os netinhos, podia até fazer sentido em décadas passadas, mas não corresponde mais à nova (e à futura) geração de idosos. Você já pensou em empreender na aposentadoria?

Por que tem tanta gente querendo empreender na aposentadoria?

empreender na aposentadoria

O aumento da longevidade do brasileiro e o declínio nas taxas de natalidade estão mudando o perfil da população nacional. Com ele, toda a estrutura produtiva do Brasil também se encontra em um inevitável processo de transformação.

Se, atualmente, a linguagem do empreendedorismo é voltada aos jovens (o que acaba intimidando as pessoas mais velhas), a tendência é que, gradualmente, haja um deslocamento no público-alvo dessa iniciativa.

Os adultos de hoje (na faixa dos 30-40 anos), que chegarão aos 60 anos sem terem aberto uma empresa, serão os principais alvos do estímulo governamental ao empreendedorismo.

Essa mecânica é simples. Entre 1940 e 2016, a expectativa do brasileiro foi estendida em mais de 30 anos (75,8 anos, em 2016). Com o aprimoramento da tecnologia em saúde e a melhor qualidade de vida nacional, os novos idosos não apenas vivem mais, mas, principalmente, vivem em alta performance física e cognitiva por muito mais tempo.

E isso traz consequências. Em 2007, apenas 4,9% dos empreendedores tinham entre 55 e 64 anos. Em 2016, esse percentual saltou para 10,4%. A mesma proporção de crescimento foi verificada nas faixas etárias acima dos 64 anos.

Hoje, 1 em cada 10 brasileiros querem empreender na aposentadoria, mas acredita-se que esse percentual deve ultrapassar os 50% em breve.

Ao ter mais disposição e saúde na velhice, quem tiver tido também inteligência na idade adulta para se preparar para uma aposentadoria tranquila financeiramente, certamente não vai querer ficar em casa sem objetivos: segundo uma pesquisa recente, 53% dos aposentados querem voltar à ativa.

Mas não basta querer empreender na aposentadoria. É preciso se preparar para tal nas décadas anteriores. Vamos ver isso mais abaixo.

Vantagens de empreender na aposentadoria

O aposentado chega à melhor idade com o acúmulo de uma série de competências diferentes ao longo da vida. Ao invés de simplesmente pensar em “férias para o resto da vida”, a bagagem adquirida durante a jornada permite ao idoso pensar em novos objetivos, e as chances de sucesso são grandes, por uma série de fatores:

• mais tempo livre;

• menor pressão por resultados (algo que a necessidade de juntar dinheiro para o futuro costuma trazer);

• experiência e conhecimento de mundo mais amplo (o que faz diferença no processo decisório);

• maior possibilidade de ter estabilidade econômica na abertura do negócio.

Como se preparar para empreender na aposentadoria

De acordo com o pesquisador Juarez Correia Barros Júnior, no livro Empreendedorismo, Trabalho e Qualidade de Vida na Terceira Idade, o empreendedorismo na terceira idade seria uma excelente contribuição à economia, representando solução relevante para prováveis crises futuras (como o envelhecimento populacional).

Em outras palavras, fazer de um homem idoso um agente atuante no setor produtivo pode ser uma saída para o fortalecimento e o progresso econômico de uma nação que em breve terá maioria acima de 60 anos.

Mas é preciso se preparar para essa investida. É unânime entre os especialistas em gestão que o fator-chave para o sucesso nessa etapa é chegar à aposentadoria já com uma bagagem financeira sólida.

Ou seja, para abrir um negócio na terceira idade, é fundamental não depender exclusivamente da previdência pública, tampouco do negócio a ser aberto.

O ideal é chegar aos 60 com um patrimônio interessante, que pode ter sido acumulado com um fundo de previdência privada, um seguro de vida ou outros investimentos em uma carteira diversificada.

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Fazendo uma simulação do capital acumulado com previdência privada

No nosso simulador de previdência privada, simulamos como poderia se preparar um adulto de 35 anos que queira se aposentar com 65 anos e ter uma proteção financeira adequada para não depender do INSS e sentir-se livre para empreender sem preocupações.

Investindo R$ 2 mil por mês, dos 35 anos aos 65 anos, em um fundo que renda 6% ao ano, seria possível entrar na aposentadoria com incríveis R$ 1,9 milhão. Muito mais fácil empreender na terceira idade com esse amparo financeiro, certo?

Você percebeu que a experiência, a capacidade de liderança decorrente dessa bagagem de vida e a iniciativa são virtudes comuns aos idosos, e que ajudam muito no processo de gestão e empreendedorismo.

O que deve ser observado, no entanto, é a necessidade de se preparar previamente para esse desafio no aspecto financeiro, uma vez que não é razoável pensar em empreender recebendo salário mínimo do INSS ou esperando frutos de uma empresa que ainda nem nasceu.

Empreender na aposentadoria, portanto, começa muito antes dos 60. A propósito, você já está se preparando para isso?

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Por Mongeral Aegon

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