Com a caderneta de poupança amargando rendimento próximo a zero, e com a iminente reforma da previdência (que coloca em xeque a aposentadoria de milhões de segurados), muitos brasileiros estão despertando para a necessidade de estudar mais sobre educação financeira e, assim, ser o fator decisivo na construção de seu próprio patrimônio. Uma evidência dessa tendência é a quantidade atual de cursos online de finanças e sua demanda de matrículas. Se você também tem essas preocupações, a primeira pergunta que precisa responder é “o que é ativo financeiro?”.
Ativo financeiro é tudo aquilo que pode ser comprado para, posteriormente, gerar valor ao investidor. Cada uma das opções do mercado pode ser classificada segundo diversas especificações: prazo (curto, médio e longo), tipo de rentabilidade (renda fixa e variável), volatilidade, liquidez e grau de risco (baixo, moderado e elevado).
Estamos falando de: imóveis, commodities, moedas, ouro, joias, ações, contratos futuros, títulos públicos e privados, entre outros investimentos. Mas, para além de saber o que é ativo financeiro, quais são seus tipos? Como lidar com eles na formação de uma carteira de investimentos? São essas respostas que você terá agora!
Quais são os tipos de ativos financeiros?
Não basta saber o que é ativo financeiro, é necessário entender quais são suas classificações e o que as opções de cada grupo têm em comum entre si. Com isso, o investidor se torna autônomo para montar uma carteira de investimentos verdadeiramente diversificada, que traga efeitos positivos em seu crescimento financeiro.
Vale lembrar que diversificação não é a aglomeração aleatória de inúmeros ativos, mas sim a conjugação de aplicações de diferentes efeitos. Elas devem ser vinculadas com cuidado a fim de atenuar eventuais resultados negativos individuais, reduzir o risco médio da carteira e, simultaneamente, aumentar sua rentabilidade global. Eis a importância de saber quais são os tipos de ativos financeiros. Vamos a eles?
Ativos de geração de renda
Tecnicamente, qualquer ativo tem finalidade de geração de renda. O ponto é que existem alguns que conseguem acumular juros com maior frequência, tornando-se fonte extra de receitas para o investidor.
Os ativos de geração de renda são, portanto, aplicações que garantem retorno periódico ao investidor, como imóveis em locação, títulos do Tesouro com pagamento de juros semestrais (Tesouro IPCA NTN-B) ou ações que pagam dividendos.
Ativos de crescimento
O ideal é que boa parte de sua carteira de investimentos esteja voltada para o longo prazo. A especulação pode ser interessante, mas o uso desmedido dessa estratégia expõe desnecessariamente o investidor a riscos mais elevados, podendo resultar em prejuízos e — pior do que isso — em seu afastamento definitivo do mercado.
Considerando que muitas pessoas que entram no mercado financeiro querem enriquecer (e não somente conseguir uns trocados para passar o mês), o objetivo supremo de todo investidor de sucesso deve ser o futuro, ainda que o curto prazo pareça turbulento. E é aqui que entram os ativos de crescimento.
Os ativos de crescimento são aplicações que podem sofrer maior volatilidade no curto prazo, mas passam por correções ao longo do tempo que, a partir de um olhar amplo, indicam crescimento contínuo de renda (ainda que de forma mais lenta).
São ideais para investidores que dispõem de um pouco mais de tempo para construir seu patrimônio, que investem para garantir uma aposentadoria tranquila ou para consolidar um futuro seguro aos filhos.
Entram nessa classificação o Tesouro IPCA com juros no vencimento e os planos de previdência privada (estes últimos são ativos fundamentais quando o foco é estabilidade financeira no longo prazo).
Ativos de reserva financeira
Normalmente associados à renda fixa, esses ativos têm em comum a liquidez. Embora o propósito seja aumentar o capital do investidor como qualquer outra aplicação financeira, esse tipo precisa ser de fácil resgate, já que pode ser usado para garantir dinheiro em caso de emergência.
São considerados ativos de reserva financeira os CDBs de liquidez diária, a caderneta de poupança, o Tesouro Selic (cuja baixa volatilidade média facilita a venda antes do vencimento sem prejuízos) e o seguro de vida resgatável.
Como utilizar um ativo financeiro?
Agora que você já sabe o que é ativo financeiro, seus tipos e características, é necessário saber como utilizá-lo. E a palavra-chave, como você pode imaginar, é diversificação. Mas como diversificar sua carteira?
Uma diversificação de sucesso é produto de três fatores, devidamente alinhados e respeitados: perfil de risco + oportunidades de mercado + contexto macroeconômico.
Embora não seja uma regra, de forma geral, você pode encontrar seu perfil de risco com base no seguinte conjunto de características:
• conservador: pouco conhecimento do mercado, capital pequeno, baixa tolerância ao risco, objetivos de longo prazo, idade mais avançada;
• moderado: alguma experiência e conhecimento sobre investimentos, capital que permite alguma diversificação, tolerância média a riscos, objetivos de médio/longo prazo e idade que permita correr certo risco com possíveis correções no futuro;
• arrojado: expertise no mercado financeiro, experiência nas mais diversas modalidades de aplicações, patrimônio elevado, objetivos de curto/médio/longo prazo e idade que permita riscos maiores com tempo adequado para eventuais correções de rumo.
Quanto às oportunidades de mercado, ao conhecer bem o que é ativo financeiro, você terá ao seu dispor um cardápio imenso de investimentos com prazos e gatilhos de retorno diferentes entre si, o que exige racionalidade na hora de harmonizá-los com seu perfil de risco.
Você não vai aplicar 70% do seu capital em ações, tendo apenas R$ 20 mil decorrentes de seguro-desemprego e FGTS. Da mesma forma, seria perda de tempo ter experiência e mais de R$ 500 mil para investir, aplicando tudo na caderneta de poupança. Você precisa entender a medida de sua maturidade financeira.
A análise dessas oportunidades de mercado será confirmada não somente no alinhamento com seu perfil, mas também com base na identificação do que a economia está pedindo. Se você está vivendo um momento de Selic a 14% ao ano, para quê arriscar a maior parte de seu capital em renda variável se qualquer CDB, LCI ou Tesouro Direto (pós-fixados) pode trazer rentabilidade acima de 1% ao mês?
Uma carteira de investimentos inteligente deve utilizar os ativos financeiros observando prazos de vencimento diferentes, gatilhos de remuneração distintos (como Tesouro Selic, que varia conforme a flutuação dos juros e fundos cambiais, que se elevam no compasso da variação de moedas estrangeiras).
Precisa observar a proporcionalidade correta (renda fixa ou variável) em relação à sua tolerância ao risco. Deve, por fim, proteger parte de seu capital em ativos mais sólidos, de longo prazo e com gestão especializada — como é o caso de um fundo de previdência privada conservador/moderado.
Compreendeu bem o que é ativo financeiro e, principalmente, como utilizá-lo a favor de seu crescimento patrimonial? Então assine agora nossa newsletter e continue por dentro de tudo o que se refere a educação financeira, estratégias de investimento, planejamento para aposentadoria e muito mais!