Saúde na aposentadoria preocupa trabalhadores de alta exigência física

A Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria, divulgada anualmente pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, apresenta um recorte inédito sobre trabalhadores que exercem períodos prolongados de atividade física intensa.

Esse grupo de trabalhadores inclui aqueles que atuam em áreas como construção civil, metalurgia, agricultura, limpeza, emergência médica e até mesmo os militares. O levantamento foi feito em 15 países e revelou que, no Brasil, esses profissionais representam 28% da população ativa.

Isso traz uma preocupação quanto à aposentadoria. Como o tipo de trabalho demanda esforço físico, essa parcela da população teme envelhecer, não conseguir realizar suas atividades, e ainda não estar preparado financeiramente para a aposentadoria.

Trabalhadores de alta exigência física e a saúde na aposentadoria

Infográfico mostra principais pontos da pesquisa

trabalhadores de alta exigência física

71% dos trabalhadores de alta exigência física se preocupam com a saúde

O Brasil é um dos países em que os trabalhadores de alta exigência física mais se preocupam com a saúde na velhice. Segundo a pesquisa, 71% dos entrevistados revelaram esse sentimento.

O número contrasta com outros países, que obtiveram média de 50%. Além disso, países desenvolvidos, como a Holanda, registraram índice menores, de 20% nesse quesito do estudo.

Assim como em outros países em desenvolvimento, o Brasil apresentou crescimento no setor de serviços, e queda em setores mais tradicionais de emprego nas últimas décadas.

Isso contribui para que apenas 30% dos brasileiros em alta exigência física tenham um planejamento formal para se aposentar.

Esse resultado é superior à média global, de 19%, e a níveis como dos Estados Unidos (28%) e Alemanha (10%). No entanto, tende a ser baseado na segurança da aposentadoria pelo INSS, que tem futuro incerto com as novas regras.

Por isso, 42% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa acreditam que pode haver redução de benefícios na previdência pública, afetando seu planejamento de aposentadoria.

No ranking geral de melhor preparo para a aposentadoria, o Brasil ficou em terceiro lugar, atrás apenas de China e Índia.

“Esta parcela da população corre maior risco de não conseguir uma aposentadoria financeiramente segura. É necessário que esses indivíduos assumam cada vez mais responsabilidade para poupar, investir, planejar e, em última análise, autofinanciar uma parte maior da renda de aposentadoria. O mundo está se reinventando para manter sistemas de previdência sustentáveis que ofereçam dignidade às pessoas na hora de envelhecer e se aposentar. O envelhecimento da população, um fenômeno decorrente do aumento da expectativa de vida, combinado com taxas de natalidade menores, colocou enorme pressão financeira sobre os benefícios do governo e os tradicionais planos de aposentadoria patrocinados pelo empregador”, analisa Leandro Palmeira, diretor de Pesquisa do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, responsável pelo estudo no país.

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Brasileiros acreditam que idade para aposentadoria não deveria mudar

Em tempos de discussões sobre a Reforma da Previdência, 40% dos trabalhadores de alta exigência física acreditam que não deveriam trabalhar mais do que as regras atuais exigem. A justificativa é a de que já trabalham o suficiente, como explica Palmeira:

A longo prazo, empregos fisicamente exigentes exercem maiores desgastes sobre o corpo. De acordo com a Pesquisa, 60 anos é a idade média que os trabalhadores brasileiros deste segmento esperam se aposentar. É fundamental que eles se mantenham ativos fisicamente, de forma a aumentar a qualidade de vida. Agindo neste sentido, ampliarão as chances de trabalhar até a idade planejada para a aposentadoria e, consequentemente, conseguirão aproveitar melhor este momento para o qual trabalharam tão arduamente.

Sobre a Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria

Este relatório destaca os desafios relacionados à aposentadoria enfrentados pelos trabalhadores com alta exigência física e apresenta recomendações práticas para mitigar os riscos.

O trabalho é derivado da 7ª Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria, uma pesquisa global realizada em 15 países: Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Japão, Hungria, Índia, Holanda, Polônia, Espanha, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.

O estudo é conduzido conjuntamente entre o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon (Brasil), o Aegon Center for Longevity and Retirement (Holanda) e o Transamerica Center for Retirement Studies® (Estados Unidos).

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Por Mongeral Aegon

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