Poupança ou Tesouro Direto: qual é a melhor opção para você

Você sabia que 85% dos brasileiros que investem estão na poupança? No entanto, o histórico de juros altos fez o Tesouro Direto se tornar o segundo investimento preferido no país (em 2017, foram 1,5 milhão de investidores). Mas qual é melhor no cenário atual de juros baixos e inflação controlada: poupança ou Tesouro Direto?

Quanto à facilidade, ambos são simples. Você pode investir no Tesouro Direto a partir de R$ 30, basta ter conta no banco e solicitar ao assessor de investimentos/gerente seu cadastramento na plataforma. Pronto, você já poderá comprar seus títulos.

Já a caderneta de poupança exige apenas a abertura de uma conta no banco e a realização dos depósitos. Na maioria das instituições, não há valor mínimo para abrir essa conta.

Ok, ambos são descomplicados, mas qual é mais rentável? Qual tem melhor custo-benefício em relação à segurança, liquidez e rentabilidade? É isso que você saberá agora!

Poupança ou Tesouro direto?

Quais são as principais semelhanças e diferenças?

Poupança ou Tesouro Direto

Liquidez

Enquanto no Tesouro, um saque antecipado acarreta pagamento segundo o valor de mercado do momento (o que significa perda de rentabilidade), na poupança, desde que você observe a data de aniversário da caderneta (dia em que sua aplicação rende), poderá sacar seus recursos sem qualquer prejuízo adicional.

Rentabilidade

Aqui a resposta depende das condições macroeconômicas da época (principalmente juros e inflação). De forma geral, todavia, a rentabilidade da caderneta de poupança não consegue alcançar a do Tesouro Direto.

Proteção contra corrosão da inflação

Poupança ou Tesouro Direto? A poupança não tem gatilho de proteção contra inflação. Isso deixa você suscetível, como o que ocorreu em 2015, quando quem investiu na caderneta perdeu dinheiro (a inflação de 2015 fechou o ano em 10,67%, enquanto a poupança rendeu 8,15% no ano — rentabilidade de -2,28%).

Já o Tesouro IPCA +, por exemplo, paga a inflação do período mais um percentual prefixado (o que garante sempre um ganho real).

Segurança

A poupança é protegida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mecanismo que assegura ressarcimento do correntista — caso haja falência do banco — em até R$ 250 mil por CPF e por instituição bancária.

Já o Tesouro Direto não dispõe desse recurso. Entretanto, em caso de endividamento com credores internos, o governo pode simplesmente quitar débitos emitindo mais papel-moeda, o que torna um eventual calote do Tesouro Nacional hipótese bem próxima da irreal.

Tributação

A poupança, juntamente com o seguro de vida e a LCI/LCA, é dos poucos investimentos que não sofrem tributação de Imposto de Renda, benefício que os títulos públicos não têm.

Na aplicação em Tesouro Direto, há taxa de custódia (pela B3, portanto, obrigatória) de 0,30% a.a. sobre o valor investido. Já a instituição financeira escolhida para aplicar pode cobrar taxa de administração. Como nem todas cobram isso, fuja das que acenarem com essa taxa.

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A poupança, por outro lado, pode estar atrelada indiretamente ao pagamento da taxa de serviços do banco que, no segmento premium, por exemplo, pode chegar perto dos R$ 100 ao mês.

Como comparar a poupança e o Tesouro Direto?

Para comparar esses investimentos, é preciso entender primeiramente qual é o rendimento da poupança. Existem duas formas diferentes de remuneração, a depender do patamar em que esteja a taxa básica de juros da economia:

• Selic igual ou menor do que 8,5% a.a.: a caderneta de poupança rende 70% da Selic (na proporção mensal) + Taxa Referencial (a chamada “TR”, um índice que costuma ser próximo a 0);

• Selic acima de 8,5% a.a.: a poupança rende 0,5% a.m. + TR.

Poupança ou Tesouro Direto sofrem variações de rendimento a depender do patamar da Selic ou da inflação. Para termos um parâmetro mais claro e sairmos da abstração, vamos fazer comparações entre esses dois investimentos com base em 2 cenários diferentes:

• Selic a 6,5% a.a. e inflação medida pelo IPCA em 3,75% no ano (dados reais do fechamento de 2018);

• Selic a 14,25% (índice de agosto de 2015) e inflação em 10,67% no ano (patamar de 2015).

Outra questão importante é que o Tesouro Direto é um termo muito amplo. Existem, basicamente, três tipos de títulos, cada um movido por indicadores macroeconômicos distintos. Assim, precisamos comparar a caderneta com cada um desses títulos.

Tesouro Prefixado (LTN)

Você sabe exatamente a rentabilidade que terá no vencimento já no ato da compra dos papéis. É indicado para momentos de juros descendentes, quando o Tesouro Selic perde atratividade.

Tesouro Selic

A rentabilidade desse título é indexada à Selic. Por exemplo, em um ano de taxa básica de juros a 12%, seu título terá rentabilidade de 12% ao ano.

Tesouro IPCA +

Título híbrido. Parte é pós-fixada, pagando a variação da inflação medida pelo IPCA no período. Outra parte é prefixada, com taxa conhecida no ato da compra. É dos raros investimentos que asseguram rentabilidade real (acima da inflação).

Vamos comparar a rentabilidade da poupança e do Tesouro Direto?

Conforme dissemos, vamos usar dois cenários acima elencados.

Poupança ou Tesouro Direto

1º cenário: Selic a 6,5% a.a. e inflação em 3,75% no ano

Com a Selic a 6,5% a.a., caímos naquela primeira regra (70% da Selic+TR). Neste caso, a poupança terá rentabilidade bruta próxima de 4,55% a.a. Considerando a inflação, a rentabilidade real cai para apenas 0,8% ao ano.

Já o Tesouro Direto é mais diversificado. Ao dar uma olhada na tabela de títulos, você perceberá que a média de rentabilidade bruta é de cerca de 4,5% ao ano. Mas há uma diferença: essa é apenas a remuneração prefixada.

Há ainda o pagamento da variação da inflação, o que joga a rentabilidade bruta desses papéis para próximo de 8% a.a. (ou 4,5% de rentabilidade anual líquida). E aí, poupança ou Tesouro Direto?

Ainda com a tabela do Tesouro, é possível encontrar títulos como Tesouro Prefixado 2025, que paga 8,83% a.a. (5,08% de rentabilidade anual líquida, considerando inflação de 3,75%).

Por fim, o menos atrativo dos títulos quando há queda de juros, o Tesouro Selic. Com taxa de 6,5% a.a., você, a um olhar, já percebe que a remuneração bruta é maior do que a da poupança. Na rentabilidade líquida anual, teríamos 2,75%, bem superior aos 0,8% da caderneta.

Conclusão: nesse cenário, o Tesouro Direto ganha nos três títulos. Aqui, nenhuma dúvida entre poupança ou Tesouro Direto, certo?

2º cenário: Selic a 14,25% e inflação de 10,67%

Com a Selic nesse patamar, a caderneta renderia 0,5% ao mês + TR, o que significaria cerca de 6% a.a. Desconsidere a TR e contabilize a inflação em 10,67%, você terá, em tese, rentabilidade líquida de -4,67% no ano. Essa marca negativa só não foi atingida em 2015, de fato, em função dos acréscimos da TR.

Em um contexto como esse, é improvável que um título prefixado trouxesse boa rentabilidade. Embora o site do Tesouro não disponibilize tabelas antigas de rentabilidade, em um relatório da época, encontramos Tesouro Prefixado 2018 a 5,5% a.a. (próximo à poupança) e Tesouro IPCA + com juros Semestrais (2020) a 6,67% a.a.

Mas, obviamente, em um cenário de Selic a 14,25% (e com perspectiva de manutenção ou elevação desse referencial), não há outro título a investir no Tesouro se não o Selic. Quem investiu nesses papéis nesse período conseguiu obter um dos maiores retornos do mercado no ano.

Perceba, portanto, que em uma perspectiva de juros e inflação altos ou baixos, o resultado é o mesmo: o Tesouro Direto oferece rentabilidade mais interessante. De toda forma, o ideal é balancear os riscos de mercado e aplicar parte dos seus recursos em ativos mais voltados à proteção financeira, como previdência privada e seguro de vida.

Agora que você sabe bem como escolher entre poupança ou Tesouro Direto, curta nossa página no Facebook e acompanhe conteúdos exclusivos como esse!

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Por Mongeral Aegon

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