Futuro do consumo: quais são as principais tendências?

Já parou para pensar em como consumimos de forma muito diferente do que as pessoas faziam 10 ou 20 anos atrás? Hoje, no entanto, os hábitos de consumo, ou seja, como compramos produtos e serviços, mudam de acordo com o tempo graças a vários fatores, como a própria cultura e os avanços tecnológicos. E qual é o futuro do consumo?

No post de hoje, vamos falar sobre o futuro do consumo, para que você possa fazer o seu planejamento financeiro de longo prazo consciente e, mesmo com o mundo de compras mudando, consiga manter um bom nível de qualidade de vida. Ficou interessado? Então continue lendo!

O futuro do consumo

O que define o consumo?

futuro do consumo

Como falamos na introdução, são vários os fatores que implicam na mudança dos hábitos de consumo, que é um processo não só econômico, mas também cultural. Por isso, tentar definir um único motivador para as mudanças que acontecem no mercado é uma tarefa complicada, para não dizer impossível.

A seguir, listamos os três principais eixos que influenciam a mudança das práticas de consumidores, empresas e até governos: economia, ética e tecnologia. Saiba o papel de cada um na forma como você escolhe os produtos para a sua família.

Economia

Foi-se o tempo em que bastava ter um diploma de faculdade para garantir um emprego longevo e renda suficiente para lidar com todos os gastos de uma família.

A tendência para os próximos anos é que os empregos considerados tradicionais (fixos e duradouros) sejam cada vez mais raros e que grande parte das pessoas precise exercer diferentes atividades, para obter rendas de várias fontes.

Ou seja, será cada vez mais comum vermos profissionais atuando como freelancers, investindo no próprio negócio ou, ainda, as duas coisas ao mesmo tempo! As carreiras, assim como as jornadas de trabalho, serão cada vez mais flexíveis.

Se o mercado de trabalho sofre mudanças bruscas, os hábitos de consumo também. Isso explica, por exemplo, por que a economia colaborativa atrai tantos jovens: o consumo via troca de experiências e serviços não apenas cabe no bolso desses compradores, mas também faz parte de sua ética.

Ética

Se existe um bom exemplo de pauta que avançou nas últimas décadas é a do ambientalismo. Esforços globais para a tomada de ações contra o buraco na camada de ozônio ou pela preservação de espécies em risco de extinção encontraram apoio em vários governos, empresas e, claro, pessoas.

A tendência é que esse tipo de responsabilidade seja cada vez mais importante também no consumo. Ou seja, as pessoas estarão mais dispostas a comprar de empresas com forte compromisso ambiental, como aquelas que utilizam recursos renováveis ou desenvolvem técnicas para diminuir o seu impacto negativo na natureza, como a redução de emissão de gás carbônico.

As implicações éticas do consumo, no entanto, não se restringem ao cuidado com o meio ambiente. A responsabilidade social também vem ganhando peso junto aos consumidores. É por isso que grandes empresas de tecnologia, como a Apple, têm programas para evitar a contratação de fornecedores que utilizem mão de obra em más condições de trabalho.

Por fim, vale lembrar da opção por experiências com impactos menos nocivos à natureza ou à sociedade. O sistema de bicicletas compartilhadas, por exemplo, estimula a adoção de um veículo não poluente, que é benéfico para a saúde das pessoas e ainda auxilia a diminuição de problemas de trânsito nas grandes metrópoles.

Tecnologia

Por fim, não podemos ignorar o impacto dos avanços tecnológicos na mudança de hábitos de consumo. E podemos começar com exemplos já bastante corriqueiros, como a simples pesquisa de preços via sites ou aplicativos. Hoje, não é preciso ir ao centro comercial da cidade para encontrar o que você precisa: tudo está a um clique de distância.

E estamos falando de tudo e de qualquer lugar: nunca foi tão fácil importar produtos da China, por exemplo, ou encomendar um pôster do seu artista favorito de Cabo Verde. A tecnologia diminui distâncias, enfim, grande parte por conta da internet.

A internet também tem um impacto em como as empresas atendem as pessoas: agora, é possível utilizar dados de navegação e históricos de compras para oferecer produtos personalizados de acordo com cada cliente.

Saem de cena as propagandas voltadas para um público massivo e ganha espaço a publicidade mais pessoal. É claro que isso levanta dúvidas sérias sobre o uso de informações privadas, mas vamos falar disso ainda neste post.

Quais são as principais tendências para o futuro do consumo?

Agora que você já sabe que as mudanças dos hábitos de consumo são causadas por fatores complexos que se influenciam mutuamente, chegou a hora de entender quais são, afinal, as tendências para o futuro do consumo.

Como você notará, algumas dessas mudanças já começam a fazer parte do nosso dia a dia e até movimentam uma parcela significativa da economia. Outras, no entanto, ainda são incipientes e podem ser consideradas quase uma aposta.

futuro do consumo

Consumo sustentável

Se a ética é um dos eixos que ajudam a explicar as transformações nas relações entre empresas e pessoas, não podemos ignorar que ela é, em grande parte, relativa ao cuidado com o meio ambiente. Você conhece o motivo: se não otimizarmos a forma como extraímos recursos da Terra, podemos acabar com graves crises, que vão de mudanças climáticas à falta de matéria-prima.

O consumo sustentável começa com a cobrança de pessoas e regras governamentais que pressionem as empresas a adotar práticas sustentáveis. Regras para impedir o desmatamento em áreas como a Amazônia ou o estabelecimento de multas para quem polui o meio ambiente são exemplos legislativos.

Além da cobrança sobre processos produtivos cada vez mais limpos, a própria ideia de compra também é impactada pela sustentabilidade. Ou seja, a utilização de produtos reutilizados, reciclados ou mesmo compartilhados são uma alternativa para quem sabe que cada compra tem um impacto ambiental, ainda que pequeno.

Isso ajuda a explicar, por exemplo, por que os brechós físicos e virtuais ganham cada vez mais espaço e expressões como slow fashion começam a ganhar força diante das práticas tradicionais de fast fashion, ou seja, quando grandes empresas renovam as suas coleções em ritmo frenético para impulsionar novas vendas.

Economia colaborativa

Podemos dizer que, na economia colaborativa, as relações de consumo saem de compra/venda para trocas e, bem, colaboração. Hoje, já existem pessoas que preferem apostar em um serviço de caronas compartilhadas, como o Uber, do que investir na compra de um carro próprio. A ideia é eliminar custos com manutenção, combustível e impostos e, de quebra, ajudar a melhorar o trânsito das cidades, já que estamos falando de menos carros nas ruas.

A economia colaborativa, no entanto, pode criar redes ainda mais complexas entre empresas e, assim, impactar o consumidor. Pequenos produtores rurais que se unem em cooperativas podem ter força para montar o próprio banco de crédito ou capacidade de investir em conjunto em novas tecnologias, inclusive comprando equipamentos ou contratando terceirizadas por meio de permutas.

A ideia da economia colaborativa, portanto, é trocar esforços de trabalho para um objetivo em comum, ainda que isso não exija uma troca direta de dinheiro ou acúmulo de bens. Aqui, o foco está na troca de experiências, compartilhamento de recursos e até mesmo de espaços (como nos coworkings) tanto para diminuir os custos envolvidos em processos industriais ou comerciais quanto, veja só, para diminuir o desperdício e o impacto ambiental do consumismo desenfreado.

Multicanalidade

Multicanalidade é mais um conceito que já está entre nós, mas que deve ser cada vez mais importante com o passar dos anos. Sabe quando você procura um produto por meio de um app de celular e finaliza a compra no site de um e-commerce?

Isso só é possível porque a empresa é multicanal, ou seja, permite que transações sejam feitas por vários meios, como os citados celulares, sites ou mesmo por telefonemas ou dispositivos com Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês).

A tendência do consumo é que todas as relações de compra sejam cada vez mais omnichannel, o que envolve o mundo virtual e o real. Um cliente pode realizar uma compra na loja física, ter o seu histórico registrado e, assim, receber novas promoções via internet de acordo com o seu gosto pessoal ou perfil.

Da mesma forma, um comprador pode ter a comodidade de realizar uma compra pelo celular e, caso não queira esperar a entrega ou pagar o frete, retirar o produto pessoalmente em uma loja física.

No futuro, os dispositivos com IoT vão fazer esse trabalho com ainda mais velocidade: a geladeira pode detectar que a família vai ficar sem leite e enviar um alerta para o usuário ou até mesmo fazer uma encomenda diretamente com um varejista!

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Foco em experiência

“Consumir” é um termo que sempre sugere a compra de algo, numa relação quase fria e bastante prática. No entanto, nós não somos robôs e, portanto, nos implicamos de forma pessoal em cada relacionamento das nossas vidas, inclusive com empresas.

Já falamos algumas vezes sobre a importância da sustentabilidade: comprar um produto 100% verde não é apenas uma escolha pragmática, mas também participar de uma experiência conjunta de esforço múltiplo para a preservação do planeta.

A experiência no consumo também está em outros fatores, como se sentir parte de uma comunidade engajada. Lançamentos de produtos culturais, como jogos ou filmes, parecem ser a ponta mais evidente desse aspecto: eles reúnem milhares de fãs que comentam na internet, fazem filas nas bilheterias ou nas portas de loja e compartilham impressões sobre determinado produto ou serviço.

Mais uma vez, vamos dar o exemplo da Apple: cada novo iPhone é apresentado ao mundo em conferências transmitidas ao vivo pela internet, e jornalistas vão às lojas da empresa para verificar quem comprou a primeira unidade. É evidente que há um aspecto relativo a status na compra de um produto da “maçã”. Afinal, o consumo também é cultural.

Mas não é possível negar que a empresa estabelece uma rede de experiências positivas para o seu usuário, que começam na compra de um produto com interface simples e que dá acesso a uma série de outros serviços que valorizam o seu uso, notadamente uma loja de aplicativos extensa ou mesmo de experiências conjugadas, como comprar música pelo iTunes ou utilizar o celular para realizar pagamentos em lojas físicas, como se ele fosse um cartão de crédito.

Novas tecnologias

É impossível falar de mudanças nos hábitos de consumo sem que a palavra “tecnologia” apareça. O comércio online é a parte mais evidente disso, e um bom exemplo vem do Brasil: mesmo em meio a uma das crises mais graves da sua história, o e-commerce do país movimentou mais de R$ 23 bilhões apenas no primeiro semestre de 2018, um crescimento de 12,1% em relação ao mesmo período de 2017.

Mas não é apenas o varejo online que vem impulsionando os hábitos de consumo. As próprias estratégias de marketing e venda das empresas estão cada vez mais atreladas ao uso de sistemas de informação, seja para perfilar melhor os seus clientes, seja para encontrar maneiras mais efetivas de fidelização ou mesmo para aperfeiçoar de forma contínua os processos de gestão e produção interna.

Se, por um lado, a tecnologia permite que empresas adotem práticas de marketing, vendas e gestão mais eficientes, do outro, temos clientes com mais chances de ser ouvidos pelas organizações. Com a ubiquidade da internet, foi facilitado o envio de críticas, reclamações e sugestões para empresas que, se quiserem se manter relevantes, precisarão ouvir os seus compradores e dar respostas adequadas rapidamente.

Avanços como a citada Internet das Coisas vão deixar as compras ainda mais práticas e menos burocráticas. Até mesmo os tradicionais cartões de débito e crédito podem ser substituídos por celulares com a tecnologia adequada, e ainda há quem aposte que até o dinheiro como conhecemos hoje vai perder espaço para criptomoedas como o BitCoin.

Privacidade

Todo mundo já conhece as mil e uma maravilhas de um mundo conectado à internet: informações circulam mais rapidamente, podemos interagir com mais pessoas e de forma cada vez mais profunda. No entanto, a rede mundial de computadores também apresenta alguns pontos fracos, e o principal deles diz respeito à privacidade.

As maiores empresas do mundo de tecnologia, como o Facebook e o Google, utilizam as informações pessoais dos usuários para vender anúncios. A ideia é simples: sabendo mais sobre você, uma empresa pode oferecer o produto de que você precisa. O problema é que o uso dessas informações ainda é bastante nebuloso, e não se sabe ao certo a extensão da coleta de dados.

No entanto, há uma pressão cada vez maior para que as empresas tenham transparência no uso de dados privados dos usuários e, principalmente, que essas informações sensíveis não estejam disponíveis para fins escusos, como o recente escândalo nas eleições norte-americanas que levou Mark Zuckerberg, dono do Facebook, a depor no Senado daquele país.

É preciso lembrar, ainda, que o avanço da tecnologia também favorece a segurança dos consumidores, seja por meio de programas de segurança que combatem fraudes em cartões de crédito ou de opções para não rastreamento ou apagamento de dados pessoais durante o uso de serviços online.

De que forma é possível se adequar a tais tendências?

Os novos hábitos de consumo não estão em um futuro distante: pouco a pouco, já podemos experienciá-los no nosso dia a dia. Consumo sustentável e economia colaborativa, por exemplo, já fazem parte da vida de milhares de pessoas que usam papel reciclado ou alugam uma casa via AirbnB.

Outras tendências, como o uso de objetos com Internet das Coisas ou mesmo experiências de Realidade Virtual, ainda são incipientes, mas não há motivos para acreditar que elas não vingarão, ao menos no longo prazo.

A melhor maneira de se adequar a essas tendências é adotá-las o quanto antes. Veja bem, ninguém será obrigado a deixar de ter um carro para andar de Uber, mas conhecer e apostar em serviços de economia colaborativa como esse já pode ser uma boa ideia, principalmente para entender os custos, vantagens e desvantagens.

Continuar pesquisando sobre as novas tendências também é uma boa ação, e a leitura deste artigo já é um bom exemplo disso. Afinal, sabendo o que te espera no futuro, fica mais fácil planejar um bom caminho até lá.

Quais erros devem ser evitados nessa transição?

A mudança dos hábitos de consumo é quase inevitável, mas isso não significa que, em breve, viveremos uma verdadeira ruptura na forma como nos relacionamos com empresas. As mudanças, em geral, são graduais e podem ser mais ou menos rápidas.

Por isso, mesmo olhando para o futuro, convém deixar os pés bem firmes na realidade de agora para fazer o seu planejamento financeiro de longo prazo. Para tanto, não cometa os seguintes erros:

Ter apenas uma fonte de renda

Ainda no primeiro tópico, mostramos como o mercado de trabalho vem sofrendo grandes transformações nas últimas décadas que devem se aprofundar nas seguintes. Isso significa que um emprego único durante toda a vida vai ser cada vez mais raro.

A tendência é que profissionais tenham múltiplas fontes de renda, sendo capazes de atuar diretamente para organizações já estabelecidas, trabalhar de forma autônoma ou mesmo de investir na própria empresa. Ou seja, em breve, todo mundo vai ser, ao menos em parte, empreendedor de si mesmo.

Vale lembrar que a renda também pode ser oriunda de operações financeiras, que vão de investimentos em títulos públicos, participação no mercado de ações ou mesmo em um grupo de investidores, seja para ganhos no curto, médio ou longo prazo.

Não se preocupar com o longuíssimo prazo

O foco deste artigo é a mudança dos hábitos de consumo, principalmente os mais tradicionais, como a compra de produtos e serviços de varejistas. Vale lembrar, no entanto, que não é apenas esse tipo de consumo que impacta as finanças da família, já que é preciso bancar educação, saúde e segurança.

Por isso, é importante que algumas atitudes bem tradicionais continuem no horizonte da sua família. Investir em previdência privada, ainda mais com as incertezas que cercam a previdência pública no Brasil, é o tipo de atitude que pode ser tomada hoje pela qual o seu “eu” do futuro agradecerá imensamente.

Da mesma forma, não espere que a colaboração ou troca resolva todas as necessidades agora. Contratar seguros para proteger o patrimônio da família ou mesmo a sua renda é outra ação de planejamento financeiro que não envelheceu, nem envelhecerá. Aliás, você pode fazer qualquer uma dessas coisas pela internet, o que é um grande avanço. Certo?

Ignorar as mudanças tecnológicas

Por fim, fique de olho nas mudanças de tecnologia! Elas impactam cada vez mais o nosso consumo, mas também nosso modo de vida e de trabalho. Ficar por dentro das novidades do mercado é essencial para não ser deixado para trás e perder oportunidades de crescimento pessoal ou profissional.

Continue se informando em blogs de qualidade — como você acaba de fazer! —, não se afaste dos noticiários e tenha fontes diferentes de informação.

Assim, você fica sabendo das novas tendências relativas ao relacionamento entre clientes e empresas, sobre o mercado de trabalho e também como levar adiante valores importantes nesta nova era do consumo, como a necessidade de responsabilidade social e ambiental, além da importância da colaboração.

Além disso, ficar atento aos avanços tecnológicos é ficar a par das novas necessidades e medidas de segurança, especialmente aquelas relativas à sua vida digital. Entender como funcionam senhas, logins e outros modos de acesso, bem como certificados ou sistemas antifraudes, pode te ajudar a proteger informações sensíveis sobre você e a sua família agora e sempre.

Gostou de conhecer as tendências para o futuro do consumo e entendeu como elas já estão impactando a sua vida hoje? Então não deixe de multiplicar todo esse conhecimento! Compartilhe o nosso post nas redes sociais com os seus amigos, colegas de trabalho e familiares. Eles também vão se interessar!

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Por Mongeral Aegon

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