Sobrar dinheiro no fim do mês, é possível?

Você sabia que para 80% dos brasileiros sobrar dinheiro no fim do mês é raridade? Com pouco estímulo à educação financeira, baixo hábito de poupança e apelo publicitário constante ao consumo como sinônimo de status social, ter dinheiro sobrando parece um sonho muito distante no Brasil. Mas não é bem assim, viu?

Independentemente de quanto seja seu salário, é perfeitamente possível sobrar dinheiro no final do mês, desde que você adote algumas medidas simples no dia a dia. Na verdade, trata-se muito mais de uma mudança de mentalidade do que de uma transformação monetária.

Como fazer sobrar dinheiro no fim dos mês?

1. Adquira o hábito de registrar todas as entradas e saídas em uma planilha

sobrar dinheiro

Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 63 milhões de brasileiros estão endividados. A explicação para um índice tão alto de inadimplência está na falta de hábito nacional em sistematizar a vida financeira.

Responda rapidamente: quanto você gasta por mês com lazer? A soma de todos os seus pagamentos mensais chega a quanto? O que você faz para garantir que vai sobrar dinheiro ao final de um determinado período? Talvez você não tenha as respostas para essas perguntas na ponta da língua. Se não tiver, saiba que não é só você.

Ainda de acordo com o SPC, 43,5% dos brasileiros têm pouco ou nenhum conhecimento do que foi comprado no crédito, 28,6% sabem pouco sobre seus gastos gerais e quase 40% não fazem ideia sequer do quanto ganham. Assim fica difícil ter uma vida financeira equilibrada, não concorda?

Dá para resolver facilmente esse problema a partir da sistematização de suas receitas e despesas. Coloque todo o seu fluxo financeiro em uma planilha, não abrindo mão sequer do cafezinho comprado na hora do almoço. Pesquisas indicam que a simples organização do orçamento doméstico já é responsável por abrir uma margem de 25% a 30% de recursos.

2. Classifique seus gastos em imprescindíveis, úteis e desnecessários

A organização sobre a qual acabamos de falar pode ser feita por planilhas ou também por meio de aplicativos de orçamento doméstico. Uma vez que isso tenha sido feito, caberá a você classificar todas as suas despesas em imprescindíveis, úteis e desnecessárias.

É a partir dessa tomada de consciência que você será capaz de fazer escolhas mais acertadas para garantir não somente que vai sobrar dinheiro todos os meses, mas também que sua própria estabilidade financeira está sendo construída.

Elimine temporariamente os gastos desnecessários e renegocie os úteis
É fã de Netflix? Por que não dividir a conta com um amigo? Gosta de livros? Os digitais, via de regra, são mais baratos! Gosta de ir ao cinema ou a barzinhos com os amigos? Aumente a frequência dos filmes em casa e chame-os para tomar uma cerveja no sofá!

Uma vez que você tenha dissecado seu perfil de consumo, listando detalhadamente todos os seus ganhos e gastos, será possível entender quais dessas despesas são impossíveis de serem sacrificadas para sobrar dinheiro no fim do mês. Da mesma forma, você entenderá quais são as despesas flexíveis.

De posse dessas informações, abra caminho para remodelar seus hábitos. Quanto aos gastos desnecessários, que tal suspendê-los por algum tempo? Estamos falando, por exemplo, daquele combo de TV a cabo que você nem usa porque chega em casa tarde, daquele plano de celular que inclui chamadas interurbanas que você nem faz ou do vício de usar aplicativos de carro particular em detrimento do transporte público. Elimine esses gastos!

Quanto às despesas úteis, você pode entrar em contato com o fornecedor para renegociar o contrato. Se você paga alto no plano da academia, por exemplo, a ameaça de cancelar a matrícula pode fazer com que a gerência prefira negociar um valor mais atraente para você.

3. Destine a sobra obtida para a amortização de dívidas

O esforço para cumprir todos os passos acima deve resultar na abertura de uma margem financeira que deverá ser destinada à quitação de suas dívidas — caso elas existam, claro. O ideal é que você consiga separar mensalmente ao menos 30% do seu salário para amortizar empréstimos.

4. Abandone as compras a prazo em nome do pagamento à vista

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Quer conhecer a fórmula para sobrar dinheiro? Ela começa pelo pagamento à vista. Você sabia, por exemplo, que a taxa de juros anual do cheque especial fechou o mês de agosto de 2018 em cerca de 303% ao ano? Já os juros do rotativo do cartão ficaram em 274% ao ano no mesmo período. Se você gasta mais do que ganha e sempre tem que recorrer ao cheque especial, qual a chance de voltar ao azul?

O mesmo raciocínio vale para quem comete o equívoco imperdoável de pagar o mínimo do cartão e deixar suas dívidas virarem uma bola de neve. É fato: se em janeiro você gasta 5 mil no cartão de crédito, o pagamento sucessivo do mínimo vai triplicar essa dívida antes do Natal. Fica bem difícil sobrar dinheiro desse jeito, concorda?

Para evitar todos esses percalços, estabeleça uma meta de gastos no cartão, que deve comportar o pagamento à vista no final do mês. Da mesma forma, evite fazer compras no crediário ou sob qualquer modalidade de parcelamento. Comprando sempre à vista, você ganha 2 vezes, pois:

• evita os juros do pagamento fragmentado;
• adquire seus bens por valores menores que os preços das gôndolas, tendo • em vista o poder de barganha na obtenção de descontos.

5. Estude mais sobre o mercado financeiro

Uma pesquisa recente mostrou que a maioria dos brasileiros não conhece nenhum tipo de investimento. Entre os que investem, 89% aplicam na caderneta de poupança. No entanto, com investimentos rendendo na faixa de 40% ao ano, por que ficar alheio a todas essas possibilidades de ganho?

Se você quer ver sobrar dinheiro no fim do mês e, mais que isso, multiplicar seu patrimônio e aprender a fazer seu capital trabalhar para você, é fundamental conhecer as oportunidades de mercado.

CDB, Tesouro Direto, fundo de ações, previdência privada e seguro de vida devem entrar no seu radar. Entenda como cada uma dessas aplicações funciona e faça do seu presente uma alavanca para o futuro!

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6. Diversifique sua carteira de investimentos dando foco especial à previdência privada

Em 2017, o rombo da previdência subiu para R$ 268,8 bilhões. E não são poucos os especialistas que começam a teorizar sobre um iminente colapso do INSS. Você tem deixado os anos passarem sem se preocupar com os dias que virão, acreditando piamente que a aposentadoria pública vai prover suas necessidades na terceira idade? E se ela não existir?

Não deixe nas mãos da sorte seu sustento justamente no momento em que mais vai precisar desse suporte. Após os 65 anos, o custo com planos de saúde e medicamentos exige dos aposentados grande acúmulo de recursos para viver com dignidade e conforto. E a construção desse conforto patrimonial começa bem antes dos 50.

Dessa forma, se você quer ver sobrar dinheiro quando mais necessitar, pense desde já em reservar parte dos seus rendimentos para investir. Uma vez que você conheça as opções do mercado, pode começar a estudar a formação de uma carteira diversificada, composta principalmente por um plano de previdência privada e um seguro de vida para proteção familiar.

Como você viu neste post, planejamento é crucial na hora de economizar dinheiro. Visualizar os objetivos do futuro e se preparar desde já para eles é uma ótima pedida para lutar contra um eventual marasmo da sua vida financeira.

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Por Mongeral Aegon

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