5 erros que você não pode cometer com o décimo terceiro

De acordo com a lei que o sancionou, há quase 60 anos, o décimo terceiro salário é, na verdade, uma gratificação de Natal para os trabalhadores. Instituído pelo presidente João Goulart, em 1962, e aprimorado em 1965 por seu sucessor, o Marechal Castelo Branco, o pagamento extra de fim de ano atingiu em 2017 mais de 83 milhões de brasileiros, injetando cerca de 200 bilhões de reais na economia — o equivalente a mais de 3% do PIB nacional.

Essa remuneração adicional é um direito tanto dos trabalhadores formais quanto dos beneficiários da previdência social. Se usado de forma estratégica, o décimo terceiro é capaz de dar um empurrãozinho importante na vida financeira de quem o recebe.

Que tal aplicar esse recurso extra de Natal da melhor forma possível este ano? Continue acompanhando o post de hoje para conhecer os erros mais comuns que você deve evitar!

1. Gastar todo o décimo terceiro em supérfluos

Conforme a legislação, metade do décimo terceiro salário deve ser pago entre os meses de fevereiro e novembro do ano correspondente. Normalmente, o pagamento da primeira parcela do adiantamento aos trabalhadores com carteira assinada acontece em novembro, enquanto o pagamento dessa mesma parcela dos aposentados e pensionistas se dá entre agosto e setembro.

No entanto, a lei assegura que, se o funcionário solicita o adiantamento durante o mês de janeiro do ano correspondente, ele receberá de uma única vez metade desse benefício junto com a remuneração das férias, no período apropriado.

De uma forma ou de outra, é comum que algumas pessoas, assim que percebem que o montante referente ao décimo terceiro (integral ou parcial) já está disponível na conta, comecem a usá-lo para comprar itens nada essenciais, desconsiderando as prioridades.

Esse comportamento diminui as chances de bom uso dessa remuneração, que, como dissemos, deve ser empregada de maneira estratégica, focando em benefícios duradouros, capazes de mudar para melhor a situação financeira do beneficiário.

Nesse sentido, a boa prática pede que se tenha em ter em mente metas claras para o uso do décimo terceiro. Só dessa maneira é possível aproveitar melhor o benefício, seja no final do ano ou mesmo antes, nos casos de solicitação de adiantamento.

2. Sair comprando por impulso

décimo terceiro

Semelhantemente às compras supérfluas, as compras por impulso também atrapalham (e muito) a gestão dos recursos do décimo terceiro. A diferença entre ambas está no fato de as compras supérfluas serem desnecessárias e as feitas por impulso, muitas vezes até necessárias, serem precipitadas por definição.

É possível, por exemplo, que a troca do veículo seja necessária, mas a verdadeira prioridade seja quitar dívidas. Pode ser ainda que uma viagem de férias seja desejada há algum tempo, mas o investimento em uma pós-graduação seja mais urgente.

Situações desse tipo reforçam a importância de as compras feitas com os recursos dessa gratificação extra serem devidamente planejadas, seguindo reais necessidades do trabalhador e não meros impulsos de consumo.

3. Adiar o pagamento de dívidas atrasadas

Uma forma inteligente de evitar desperdício de recursos financeiros é se precaver contra o pagamento de juros de mora — que representam uma espécie de pena imposta pelo credor ao devedor em razão do atraso no cumprimento de uma obrigação. Dependendo do tipo de dívida em atraso, os juros podem ser exorbitantes.

Para você ter uma ideia, os juros do crédito rotativo dos cartões, por exemplo, podem chegar a 243% ao ano para quem paga o valor mínimo e a 397% para quem não paga nem o mínimo da fatura. Aí complica, não é mesmo?

Entenda: o fôlego financeiro trazido no final do ano pelo recebimento do décimo terceiro deve ser aproveitado sabiamente, com a quitação de compromissos financeiros atrasados. Para casos de dívidas muito elevadas, estar com recursos em mãos abre portas inclusive para uma possível renegociação do saldo devedor.

4. Negligenciar as contas de todo início de ano

Uma vez que esse benefício salarial é pago no final do ano, o momento se torna muito propício para começar a planejar o pagamento das dívidas comuns nos meses subsequentes, como IPTU, IPVA, matrícula de escola e outras. Calcule quanto será necessário gastar com tais responsabilidades financeiras para, assim, identificar se será necessário ou não mexer no salário adicional.

Antes desse exercício, é bom não mexer no décimo terceiro, sob risco de se atrapalhar com as contas pessoais. Vale lembrar que algumas dessas obrigações de início de ano podem ser pagas de forma parcelada. Com isso, o trabalhador tem a oportunidade de se organizar melhor para não deixar nenhum desses compromissos para trás.

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5. Deixar de investir ao menos parte do montante

décimo terceiro

Certamente, uma das melhores maneiras de acertar no uso do décimo terceiro é investindo ao menos uma parte do benefício. Assim, é possível assegurar uma reserva estratégica para momentos especiais da vida, como aposentadoria, ou para situações delicadas, como acidentes pessoais ou mesmo a partida inesperada de um familiar.

Quem opta pelo investimento em um plano de previdência privada, por exemplo, conta com recursos adicionais mensais (temporários ou vitalícios) quando se aposenta. Com isso, além da remuneração do INSS, o beneficiário desfruta de maior conforto financeiro na melhor idade, graças aos recursos de seu investimento privado feito em tempo hábil.

Do mesmo modo, quem escolhe investir o décimo terceiro em um seguro goza de inúmeras vantagens e garantias mesmo em vida. Isso porque, além dos benefícios básicos do seguro, como indenização por morte natural ou acidental, as coberturas adicionais contemplam indenizações também nos casos de invalidez permanente causada por acidente, incapacidade temporária, diagnóstico de doenças graves e muitos outros.

Nesse sentido, o recebimento do décimo terceiro se mostra como uma ocasião muito propícia para se assumir uma postura positiva em relação a seu futuro financeiro, construindo uma vida mais tranquila nesse aspecto.

É importante ressaltar que investimentos dessa natureza demandam pequenas quantias mensais e, por isso, são incapazes de atrapalhar a gestão de suas finanças. Além dos valores serem modestos, esses tipos de investimentos são de baixo risco, sobretudo se os recursos forem aplicados majoritariamente em fundos de renda fixa.

Antes de sair gastando sua próxima gratificação de Natal, portanto, siga sua lista de prioridades, acertando eventuais pendências financeiras e pensando logo em fazer investimentos em um seguro de vida e uma previdência privada, definitivamente as melhores opções para o uso do décimo terceiro.

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Por Mongeral Aegon

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