Quem procura saber quais são os melhores investimentos a curto prazo, normalmente, está em busca de um rendimento bom para utilização do montante em um período entre um e três anos. E há excelentes opções para isso.
É fundamental conhecê-los, saber como são as suas particularidades, a quem são indicados e como aproveitá-los sem preocupações. Eles costumam ser de fácil entendimento, no entanto, como tudo o que é relativo ao mundo dos investimentos, é preciso prestar atenção a alguns fatores.
É isso que nós vamos apresentar neste artigo. Continue lendo para entender o funcionamento dos investimentos de curto prazo e o que você deve considerar antes de investir!
Os melhores investimentos a curto prazo
O que são os investimentos a curto prazo e quais cuidados é preciso tomar
A aposentadoria é um dos principais objetivos de um bom planejamento financeiro, mas não é o único. Você e a sua família têm desejos, sonhos e necessidades que precisam ser atendidos em menos tempo. Por exemplo, viagens, estudos e compra de bens e serviços. Por isso, é importante conhecer quais são os melhores investimentos de curto prazo.
Por investimentos de curto prazo, leia-se aqueles cujos retornos são obtidos — e cujos resgates podem ser feitos — em um tempo médio de um a três anos. Normalmente, são os que os especialistas chamam de “investimentos conservadores”, ou seja, que não geram tantos riscos para o investidor.
Por essas características, eles são os mais indicados para quem está iniciando a sua jornada de investidor. Podemos dizer que eles são excelentes para treinar o olhar, experimentar e absorver gradativamente as regras do mercado de compra e venda de produtos financeiros — popularmente chamados de papéis.
Aplicar dinheiro por pouco tempo e obter um bom rendimento é possível, e pode não trazer surpresas desagradáveis. Para isso, no entanto, é preciso ficar atento a alguns pontos.
Confira, a seguir, os principais tópicos que você precisa considerar antes de adquirir um título com rendimento de prazo curto.
Evite correr grandes riscos
O primeiro, e mais importante deles, é evitar riscos muito altos. O investimento em ações, por exemplo, pode trazer grandes retornos, mas também há a possibilidade de ter um prejuízo considerável — o que pode comprometer os seus planos, já que é possível que não haja tempo para reverter as perdas.
Esqueça a poupança
Outra dica: a poupança não entra na lista dos bons investimentos de curto prazo; ela deve ser desconsiderada, pois a sua remuneração é pequena quando comparada ao retorno de outras opções. Por mais que ela possa ser resgatada a qualquer momento, os seus rendimentos sempre são menores do que a inflação anual, por exemplo.
Comece pela renda fixa
Para quem está começando ou tem poucos recursos disponíveis para investir, as melhores alternativas são os investimentos em renda fixa, cujas regras de remuneração são conhecidas desde o momento da aplicação. Eles conferem mais previsibilidade ao seu planejamento, gerando menos incertezas e ansiedade.
Faça um planejamento
Como você vai ver mais adiante, os investimentos de curto prazo são relativamente simples de ser adquiridos e administrados. Isso, porém, não exclui a necessidade de planejamento.
Planejar investimentos de curto prazo requer análise de previsão de rendimentos e riscos, mas também disciplina, bom controle de despesas fixas e variáveis — evitando, por exemplo, gastar mais do que o dinheiro aplicado vai render — e a escolha acertada de uma boa corretora de valores.
Qual é o funcionamento deles na prática
Até aqui, você já viu alguns tópicos que demonstram o funcionamento dos investimentos a curto prazo: devem oferecer riscos menores, ter rendimentos acima da inflação, preferencialmente ser de renda fixa etc.
Veja, a seguir, dois outros pontos interessantes sobre como funcionam bons investimentos para resgate em até três anos: liquidez e rentabilidade e riscos moderados.
Liquidez e rentabilidade
Bons investimentos a curto prazo são aqueles que oferecem menor liquidez e maior rendimento. Trocando em miúdos: os investimentos que só podem ser resgatados em um prazo superior a um ano têm melhor rendimento que outros, como a poupança, que podem ser cobrados em menos tempo.
Logo, é preciso saber que o termo “curto prazo” é usado em contraposição a prazos superiores a três anos, os de “longo prazo”.
Riscos moderados
Outra característica de bons investimentos a curto prazo é o risco moderado. Eles não têm um retorno muito alto, mas, por outro lado, oferecem mais garantia de rendimento. No caso dos papéis prefixados, essa garantia está assegurada desde a contratação.
Quais são as opções de investimento de curto prazo
A seguir, confira um detalhamento de quatro excelentes possibilidades; elas vão te ajudar a decidir qual é o melhor investimento de curto prazo!
1. Tesouro Selic
O governo brasileiro emite títulos da dívida pública para conseguir recursos para o funcionamento do Estado, pois o dinheiro dos impostos não é suficiente. Os grandes compradores são bancos e fundos, mas o pequeno investidor também pode adquirir esses títulos por meio da plataforma do Tesouro Direto.
Ao comprar um título ou uma fração — a menor parte negociada é de 0,01 título, desde que o valor seja superior a R$ 30 —, você está emprestando dinheiro para o governo, que se compromete a pagá-lo com juros.
A possibilidade de calote é muito pequena, já que o governo pode, em situações extremas, até mesmo imprimir mais dinheiro para pagar os seus credores.
Para objetivos de curto prazo, o título mais indicado é o Tesouro Selic. Seu valor é corrigido diariamente com base na taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira. É possível revender o título para o Tesouro Nacional a qualquer momento e receber de volta o seu dinheiro.
Para investir no Tesouro Direto, você precisa ter uma conta em uma corretora de valores. Os grandes bancos oferecem esse serviço, mas costumam cobrar taxas maiores, o que compromete a rentabilidade. Por isso, o mais indicado é que você procure empresas financeiras independentes.
O lucro do investimento sofre incidência de Imposto de Renda no momento do resgate. As alíquotas variam de 22,5%, para resgates feitos em menos de seis meses, a 15%, para retiradas de aplicações com mais de dois anos.
Também há cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em resgates feitos nos primeiros 30 dias do investimento: a porcentagem sobre o rendimento varia entre 96%, no primeiro dia, a 0, do 30º em diante.
→ PARA QUEM É INDICADO O TESOURO SELIC
A rentabilidade do Tesouro Selic está diretamente atrelada à taxa Selic. Esse é o tipo de investimento de curto prazo indicado para quem está iniciando no mundo dos investimentos. Ele é simples de ser administrado (pode ser adquirido e acompanhado online); também oferece a garantia de que a rentabilidade não será negativa.
2. Certificado de Depósito Bancário — CDB
Outra opção de investimento é emprestar para bancos e empresas financeiras por meio do CDB, sigla para Certificado de Depósito Bancário.
Nesse investimento, o seu dinheiro é corrigido com base nas regras de remuneração definidas, que podem ser tanto prefixadas (quando há uma porcentagem fixa anual) ou pós-fixadas (quando a remuneração acompanha um indicador, como a taxa de juros CDI).
Existem CDBs que oferecem liquidez diária, permitindo o resgate imediato do valor investido mais os juros pagos a qualquer momento.
Outra opção são os que oferecem liquidez apenas no vencimento, em que o resgate é feito automaticamente depois de um prazo determinado. Eles costumam pagar mais juros, mas é preciso tomar cuidado, pois não é possível resgatar o dinheiro antes do prazo. Portanto, se você não sabe se vai precisar usar aquele dinheiro ou não, prefira a liquidez diária.
Praticamente todos os grandes bancos oferecem aos seus clientes a possibilidade de investir em CDBs. A remuneração, entretanto, costuma ser baixa.
Por isso, é melhor procurar títulos de instituições financeiras menores, que oferecem rentabilidades maiores para atrair clientes e recursos. Algumas corretoras de valores distribuem esses certificados.
Todo CDB conta com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), entidade privada que assegura depósitos e investimentos até R$ 250 mil por CPF. É a mesma garantia, inclusive, da caderneta de poupança.
A tributação dos CDBs é igual à do Tesouro Direto, com Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sendo cobrados no momento do resgate de acordo com o tempo de investimento.
→ PARA QUEM É INDICADO O CDB
Investir em CDBs também é bastante fácil. É possível adquirir títulos nesse formato e acompanhá-los via internet, no portal de ofertas da sua corretora de valores.
Não é preciso ser um expert em investimentos, ainda que exija um pouco mais de pesquisa e atenção do que o Tesouro Selic, por exemplo.
3. Letras de Crédito Imobiliárias e do Agronegócio — LCI e LCA
Letras de Crédito Imobiliárias (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são investimentos muito semelhantes aos CDBs. A diferença é que os recursos obtidos por meio desses instrumentos financeiros são direcionados a esses dois setores da economia.
Por isso, a LCI e a LCA têm uma vantagem importante: são investimentos isentos da cobrança de IR, o que pode, ao final, resultar em rentabilidades líquidas maiores.
Esses dois investimentos também são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Além disso, os bancos só podem emitir esses títulos caso tenham lastro, isto é, garantia de pagamento dos empréstimos feitos pelos clientes — imóveis, no caso da LCI, e produtos agrícolas e propriedades rurais, no caso da LCA.
Ambos têm carência mínima de 90 dias. Há LCIs e LCAs com liquidez diária após esse período, mas são bem mais raras do que os títulos que permitem o resgate apenas no vencimento.
Assim como no CDB, pode-se observar que as melhores rentabilidades são oferecidas por instituições bancárias de pequeno e médio porte.
→ PARA QUEM SÃO INDICADAS AS LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO E DO AGRONEGÓCIO
LCIs e LCAs são indicadas para pessoas que podem esperar o vencimento dos títulos. Isso porque não é muito simples vendê-las.
4. Fundos de renda fixa
Por fim, quem está buscando qual é o melhor investimento de curto prazo não pode deixar de olhar para os fundos de renda fixa, aqueles que investem pelo menos 80% em títulos públicos ou privados desse tipo.
Ao colocar dinheiro em um fundo de investimentos, você está comprando cotas dele, que refletem a sua participação no montante total. O fundo, por sua vez, encarrega-se de comprar os instrumentos financeiros para fazer o dinheiro render.
Por esse serviço, é cobrada uma taxa de administração sobre o patrimônio administrado. Esse custo é provisionado (isto é, separado) diariamente, antes da divulgação do valor das cotas.
Portanto, quando você vê a rentabilidade de um fundo nos informativos mensais ou no seu extrato, os custos já foram cobrados e subtraídos desses números.
Essa cobrança tem um impacto significativo sobre a rentabilidade. Por isso, é bom pesquisar e escolher um que tenha taxas baixas. Novamente, os produtos dos grandes bancos são os mais caros do mercado, chegando a mais de 3% ao ano de taxa de administração.
Bancos menores e fundos distribuídos por corretoras, por outro lado, cobram bem menos, o que faz com que o seu dinheiro renda mais.
Também é preciso checar qual é o índice de referência usado. Fundos de renda fixa que usam o CDI ou a Selic como referência têm oscilações de rendimentos muito pequenas, o que representa um risco menor e uma previsibilidade maior, ideal para quem pretende resgatar o dinheiro no curto prazo.
Fundos de renda fixa não contam com a garantia do FGC. Isso, entretanto, não quer dizer que eles não são seguros, pois grande parte do seu patrimônio está investido em títulos públicos, cujo risco é pequeno.
Além disso, os gestores diversificam as aplicações em títulos privados de várias instituições, como forma de mitigar a possibilidade de calote — mesmo que algum dos bancos ou financeiras que emitiram os papéis venha a falir, o impacto no patrimônio do fundo é pequeno.
Por fim, também vale observar que cada fundo tem seu CNPJ próprio e o seu dinheiro não se “mistura” com o das empresas responsáveis pela administração e pela gestão. Por isso, mesmo que elas passem por problemas, o seu investimento está protegido.
A cobrança de impostos nos fundos de renda fixa é um pouco diferente. O IR é cobrado em duas partes.
Semestralmente, no último dia útil dos meses de maio e novembro, ocorre o chamado “come-cotas”, quando é cobrada a alíquota mínima. Nos fundos de longo prazo, ela é de 15% sobre os rendimentos; nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 20%. A informação sobre o prazo do fundo consta nos documentos do produto.
Depois, no momento do resgate, há uma cobrança complementar. A alíquota varia entre 22,5% e 15% nos fundos de longo prazo; nos fundos de curto prazo, ela vai de 22,5% a 20%. Essa tributação na retirada só “completa” o imposto; o que já foi pago de “come-cotas” é descontado e não é cobrado novamente.
Retiradas feitas em menos de 30 dias também pagam IOF, como nos CDBs e no Tesouro Direto.
→ PARA QUEM SÃO INDICADOS OS FUNDOS DE RENDA FIXA
Eles são indicados para quem tem pequenas reservas e quer investir em vários produtos de renda fixa, com total certeza dos valores que serão resgatados no vencimento.
Afinal, qual é o melhor investimento de curto prazo
Como você viu, procuramos responder à pergunta “qual é o melhor investimento de curto prazo” fornecendo quatro excelentes opções. Existem outras, mas essas são as mais indicadas para quem está começando a investir agora.
Antes de decidir, é preciso avaliar, segundo o que informamos aqui e também de acordo com o seu perfil financeiro, qual delas melhor se encaixa na sua realidade financeira, pois o melhor investimento é sempre aquele que atende bem às suas necessidades e possibilidades.
O que não dá para negar é que os investimentos a curto prazo são uma excelente maneira de perder o medo de investir. Eles são bem menos complexos que os de médio e de longo prazo, portanto, podem servir para acostumar o olhar ao mercado de investimentos.
Também indicamos que você continue buscando conhecimento sobre o mercado de finanças — volte sempre ao nosso blog, pois ele é constantemente atualizado com artigos, infográficos e vídeos sobre esse tema. Também não deixe de buscar ajuda especializada para planejar e investir.
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