Mesada educativa: saiba como definir e usar de forma inteligente

A educação de nossas crianças deve ser um compromisso entre a escola, a família e toda a sociedade. Somente assim é possível proporcionar ao jovem a possibilidade de se desenvolver plenamente, qualificando-se para o mercado de trabalho e para o exercício da cidadania.

Quando estamos falando de educação financeira, no entanto, sabemos que o peso maior recai sobre os ombros da família. É natural que seja assim, pois grande parte do aprendizado ligado à boa gestão do dinheiro se dá na prática em vez de ficar na teoria.

Além disso, os currículos da maioria das escolas brasileiras ainda não contemplam o assunto de forma satisfatória. Por estes motivos, decidimos abordar, no artigo de hoje, uma das ferramentas mais eficientes que os pais têm para passar valores e conhecimentos sobre finanças para os filhos: a mesada educativa. Confira na sequência!

Qual a função da mesada educativa?

É claro que o propósito da mesada é dar um pouquinho mais de liberdade financeira para as crianças e adolescentes, fazendo com que possam consumir de acordo com seus próprios gostos e necessidades.

Mas, além disso, a mesada também é uma importante ferramenta de educação. A forma como os jovens administram a mesada será levada para a vida adulta como a principal referência de gestão financeira.

A mesada educativa ajuda as crianças a lidar melhor com o dinheiro. Saiba o valor ideal

Vincular ou não a mesada à realização de tarefas?

A ideia da mesada é fazer com que os filhos tenham um gostinho de como é ser adulto. Por isso, os especialistas aconselham atrelar o pagamento da mesada à realização de tarefas proporcionais à capacidade e idade da criança.

Isso passa para a criança a ideia de que ter dinheiro para comprar o tão desejado brinquedo depende da combinação entre trabalho e poupança.

Apesar disso, temos que ter cuidado para não vincular o recebimento da mesada às obrigações da criança, como tirar boas notas na escola. Isso pode esvaziar o significado dos estudos, reduzindo-os a uma questão meramente financeira.

As tarefas dadas à criança ou ao adolescente podem ser simples, como manter o quarto e os brinquedos arrumados ou ajudar em alguns afazeres domésticos.

Até os 12 anos, o ideal é começar o mês com o valor cheio e ir descontando sempre que a criança deixar de realizar alguma tarefa. Já depois dos 12, o melhor é começar do zero e ir somando sempre que o adolescente concluir uma tarefa.

Qual deve ser o valor da mesada?

Os pais devem levar em consideração três fatores no momento de fixar o valor da mesada dos filhos: o orçamento da família, o valor que os amiguinhos da escola ou da vizinhança ganham e também a idade da criança.

Quanto mais velhos forem os filhos, maior deverá ser o valor da mesada, já que eles vão ganhando mais autonomia com o passar do tempo. Pode até parecer que você estará desembolsando mais dinheiro do que antes, mas garantimos que é apenas mera ilusão.

Explicamos com um exemplo bem simples: quando as crianças são menores e desejam ir ao cinema, pagamos o ingresso do nosso bolso. No entanto, quando já são adolescentes, querem ir ao cinema na companhia dos amigos — e, por consequência, utilizar a quantia que têm. O custo do cinema é o mesmo: estamos apenas mudando quem administra o dinheiro.

Se os colegas da classe ou do prédio receberem uma mesada muito maior do que a que o seu orçamento permite dar ao seu filho, procure conversar com ele e conscientizá-lo da situação financeira da família, deixando claro que ele não tem nenhuma culpa. Parte da mesada educativa é entender as limitações que variam de pessoa para pessoa ou de família para família.

A mesada educativa faz parte da educação financeira das crianças

Com que frequência a mesada educativa deve ser dada?

A frequência em que a mesada deve ser dada depende da idade dos filhos. Crianças até oito anos devem receber mesada uma vez por semana, já que têm maiores dificuldades de fazer planejamento a médio e longo prazo.

Se dermos uma mesada de um mês nas mãos de uma criança pequena, as chances são grandes de ela gastar tudo no mesmo dia com balas ou figurinhas e 29 dias depois já não ter a memória viva da lição do mês anterior.

Crianças de 9 a 11 anos já podem começar a receber mesada quinzenalmente, para começarem a se acostumar a administrar o dinheiro durante um tempo um pouco maior. Os maiores de 12 anos devem receber mesada educativa uma vez ao mês para se acostumarem ao padrão da vida adulta, em que a maioria das receitas e despesas têm frequência mensal.

Em que situações não devemos usar a mesada?

A mesada não deve ser dada para cobrir as necessidades básicas do jovem, como o lanche na escola ou as roupas. Isso pode passar a ideia de que ele pode ficar sem comer, sem comprar roupas ou produtos de higiene pessoal para poupar o dinheiro para comprar um jogo ou ir ao cinema.
Que tipo de intervenção os pais devem ter na mesada educativa?

Um dos principais objetivos da mesada educativa é fazer com que a criança aprenda a tomar decisões financeiras por conta própria. Assim, os pais devem respeitar a autonomia dos filhos e, ao mesmo tempo, tentar aconselhá-los sobre o controle de despesas, estabelecimento de metas e poupança.

Os pais podem e devem ensinar os filhos a controlar o dinheiro. Isso pode ser feito anotando todas as despesas em uma planilha financeira, poupando e estabelecendo metas, mas o mais importante é que a decisão final seja do jovem.

Se ele tomar uma decisão equivocada ou vier a se arrepender dos gastos que fez, não tem problema! Esse processo é saudável e faz parte do aprendizado e do amadurecimento. Melhor errar agora do que mais para frente quando as responsabilidades forem maiores, não é mesmo?
Crie laços com os filhos!

Por fim, vale destacar a importância de criar laços com os filhos quando o assunto é gestão financeira. Procure demonstrar para a criança que a gestão do orçamento da família não é tão diferente assim da gestão da mesada educativa.

Certamente, a mesada educativa aliada à ampliação do diálogo fará com que os jovens deem mais valor ao dinheiro e sintam uma empatia maior com os esforços coletivos da família em poupar para realizar um sonho ou melhorar o padrão de vida de todos.

E aí, gostou do post de hoje? Então aprenda agora mesmo como engajar as crianças no planejamento financeiro familiar!

Por Mongeral Aegon

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