Entenda como funciona o crédito pessoal

Crédito pessoal, quem nunca ouviu falar? Seja na mídia ou até mesmo entre amigos, há pessoas discutindo esse assunto quase todos os dias. No entanto, alguém já explicou a você exatamente como cada crédito pessoal funciona, quais são os riscos envolvidos e as taxas praticadas? Provavelmente não, certo? Inclusive, você pode se assustar com algumas das tarifas cobradas.

Diante desse contexto, hoje resolvi escrever um pouco sobre o assunto. O objetivo é que você tenha mais clareza sobre o que é crédito pessoal e como funcionam os principais tipos. Ficou interessado? Então, acompanhe o artigo!

O que é crédito pessoal?

Saiba tudo sobre crédito pessoal

Crédito pessoal é um tipo de empréstimo que não exige a comprovação da finalidade para a qual o dinheiro será utilizado. Ou seja, ao contrário de outras modalidades, nessa opção as instituições financeiras não perguntam onde o valor do crédito será aplicado. Para elas, não importa se você vai utilizar para comprar um bem, quitar um débito ou até mesmo emprestar para terceiros.

Por esse motivo, o crédito pessoal costuma ser oferecido para quem necessita de capital para emergências ou para saldar dívidas do cheque especial ou do cartão de crédito (duas alternativas que também podem ser consideradas modalidades de crédito pessoal).

É muito utilizado também por pessoas que desejam evitar o crediário das lojas, já que as taxas de juros desses serviços costumam ser bem altas.

Vale ter em mente, no entanto, que essa facilidade do crédito pessoal também faz com que muitas vezes ele também venha acompanhado de juros altos, dependendo da instituição e das especificidades do empréstimo. Um exemplo de créditos pessoais são os créditos pré-aprovados que vários bancos oferecem na própria conta-corrente.

Você já se perguntou o motivo de precisar de crédito?

Muitas pessoas vivem precisando de crédito pessoal por não se programarem financeiramente. Quando não temos planejamento e somos indisciplinados com nosso dinheiro, a necessidade de um cheque especial, por exemplo, fará sempre parte de uma vida sem propósito e sem disciplina financeira.

Outro motivo muito comum de uma pessoa sempre precisar de crédito é o imediatismo. Quer um exemplo? Você passa em frente a uma loja e vê aquela geladeira linda que combina com a sua cozinha, ou olha para o seu carro e percebe que está na hora de trocá-lo.

Você analisa o preço, os juros a prazo, quanto já tem guardado para essa compra e quanto tempo vai levar para juntar o restante da grana. Aí sim, você compra à vista e consegue até um grande desconto. Certo? Não! Definitivamente, a maioria das pessoas não faz isso. Então, o que elas fazem? Compram a prazo, utilizando o crédito.

Não é pecado você usar o crédito pessoal para adquirir um bem. O problema é que fazemos isso com uma recorrência enorme e sem planejamento nenhum. Aí é que mora o perigo dos créditos pessoais. Muita gente não sabe sobre os juros envolvidos, os riscos e demais aspectos que envolvem a utilização de um simples e “inofensivo” crédito pessoal.

Quais são os 7 principais tipos de crédito pessoal?

Abaixo, você vai conhecer os 7 principais tipos de crédito pessoal e saber mais sobre o funcionamento de cada um deles. Confira!

1. Cartão de crédito

Inaugurando a nossa lista, temos o cartão de crédito como uma das fontes de crédito pessoal mais utilizadas hoje. Muito cuidado com ele! O cartão te dá uma falsa sensação de ter condições de comprar. Por isso, se você não tiver uma renda mensal fixa para bancar os boletos que chegam, pegue uma tesoura e corte todos os cartões que você leva em sua carteira.

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2. Cheque especial

O cheque especial não é nem de longe um complemento de renda, como muita gente imagina e faz. Ele deveria ser usado somente em situações de extrema urgência. O grande problema é que, quando não existe um planejamento, sempre haverá urgências.

Assim como o cartão de crédito, o cheque especial tem juros altíssimos, pois trata-se de uma linha de crédito em que os empréstimos são liberados sem garantia nenhuma. Fuja dela! Se, no dia do pagamento, o dinheiro não estiver na conta, pode ter certeza que você vai pagar juros altos e multa.

3. Empréstimo pessoal

Solicitar esse tipo de crédito é mais simples do que pedir empréstimo para comprar uma casa ou um carro, por exemplo. Mas não pense que tudo é fácil, pois são todos bonzinhos. Claro que não!

Quanto mais facilidade você tiver para conseguir um crédito, maior é a taxa de juros — e maior ainda a multa se você não conseguir dar conta. Já vi gente pedir empréstimo para pagar uma cirurgia plástica. Não vale a pena! Não caia nessa furada.

4. Crédito educacional

Se você vai precisar recorrer a esse tipo de crédito, meu conselho é: pesquise o máximo que puder a esse respeito. Existem 3 coisas que você não pode deixar de analisar com muita cautela: as condições de crédito, taxas de juros e como você vai pagar isso após a sua graduação.

Até para um crédito educacional você vai precisar de um bom planejamento. Nesse caso, você tem duas opções de crédito. A primeira é junto aos bancos, que seria bem parecida com o crédito pessoal. A segunda opção é junto às universidades, que geralmente conseguem taxas um pouco mais interessantes com os bancos e repassam aos estudantes.

Organize suas despesas e guarde dinheiro desde já. Afinal, em nosso país, estar formado não garante uma renda.

5. Crédito consignado

É aquele crédito que é descontado no seu salário. O crédito consignado cresceu bastante nos últimos 2 anos, de forma que os empregadores ficam preocupados se o funcionário está com a vida financeira em dia.

Todo mundo sabe que uma pessoa infeliz nas finanças vai deixar isso refletir em diversas áreas de sua vida, inclusive no trabalho.

O crédito consignado tem sido muito utilizado por quem tem dívidas mais altas. A parte boa é que os juros são menores. Como eu disse, a cobrança desse tipo de crédito é no seu salário ou pensão, por isso preste atenção antes de solicitar o crédito.

Você não terá a oportunidade de negociar a parcela e, se não tomar cuidado, pode acabar precisando solicitar outros créditos para cobrir as despesas do mês. A famosa bola de neve.

6. Financiamento imobiliário

Saiba se vale a pena pedir crédito pessoal para dar entrada em um imóvel

Uma das perguntas que mais me fazem é se vale a pena financiar um imóvel. Não existem verdades absolutas. Existem coisas que não podemos fazer só porque todo mundo está fazendo. Falar de um crédito imobiliário ou financiamento imobiliário é, sem dúvida, mexer com a cultura do brasileiro de ter sua casa própria.

Não é o foco deste artigo apresentar inúmeros cálculos sobre aquisições de imóveis, mas vale refletir. Na hora de comprar uma casa, a maioria das pessoas só pensa na velha e boa parcela que “cabe no bolso”, e não se preocupa com a entrada. Por isso, pagamos juros tão altos.

Em geral, essa não é a melhor forma de adquirir um imóvel. Esse crédito vai tirar muito dinheiro do seu bolso no final. Caso resolva hoje comprar um imóvel de R$ 500 mil para pagar em 360 meses, no final das contas pagará cerca de R$ 120 mil a mais.

Sabia que com esse dinheiro você compra uma franquia, por exemplo, com retorno líquido de até R$ 20 mil ao mês? A partir daí você pode começar a ganhar liberdade para pensar em comprar o que quiser. Então, o momento é de investir em ativos que tragam essa possibilidade, e não de adquirir crédito para comprar uma casa.

7. Consórcio

Antes de tudo vou deixar claro que consórcio não é um investimento. Ele é como se fosse uma poupança coletiva: os participantes se comprometem a pagar uma quantia mensalmente. Para acessar sua parte nessa “poupança”, precisa ser por meio de lance ou sorteio. Para adquirir um consórcio você não pode ter pressa. Quem entra está parcelando um crédito.

Analisando todos os custos, ele é mais barato que um financiamento, pois não tem juros, somente uma taxa de administração. Antes de comprar qualquer cota, um ponto muito importante é verificar se a empresa é de confiança, pois existem vários golpes. No site do Banco Central há um canal no qual você pode fazer isso.

O que interfere no crédito pessoal?

É verdade que uma das características do crédito pessoal é ser mais prático, mas isso não significa que todas as pessoas tenham acesso a ele. A seguir, separei alguns pontos que interferem na sua solicitação e capacidade de negociação.

Documentação

O que todas as instituições têm em comum é que é preciso provar que você é você (apresentando um documento de identidade) e que tem recursos para pagar as parcelas (por meio do seu comprovante de renda).

Além disso, elas solicitam o seu comprovante de residência (para que você possa ser encontrado, se necessário) e documentos que informem que sua renda não está totalmente comprometida com outros empréstimos ou financiamentos.

A depender da instituição, ainda pode haver a necessidade de apresentar outros documentos ou passar por processos burocráticos. Logo, é válido fazer uma pesquisa detalhada sobre os requisitos de cada uma antes de contratar os serviços. Ah, lembre-se que o empréstimo pode ser solicitado somente em seu nome — afinal, é pessoal.

Análise de crédito e score

Antes de conceder o crédito, a instituição financeira avalia seus dados e documentos. Então, ela decide se tem uma oferta de crédito para o seu caso, qual será o limite máximo que consegue pagar e a taxa de juros cobrada. Como cada instituição tem seus próprios critérios, pode ser que você receba taxas distintas em análises de diferentes entidades.

Outro fator avaliado pelas instituições é o score do consumidor, ou seja, a “fama” que ele tem perante o mercado financeiro. O score é uma nota que resume se você é um bom pagador. Essa nota é calculada de diferentes formas em cada banco ou instituição, e é o principal indicador de liberação ou não de crédito para a pessoa em questão.

Informações alternativas

Ultimamente, as instituições financeiras têm buscado meios alternativos de verificação do cliente, na tentativa de entender com mais clareza como o solicitante de crédito lida com o dinheiro. Por exemplo, a análise de dados capturados pelas redes sociais.

Em alguns casos, em questões de segundos e assim que a conta bancária é conectada, todo o perfil financeiro do consumidor é analisado. Dessa maneira, é possível encontrar ofertas de empréstimo com taxa de juros que façam sentido para a realidade do cliente e tenham mais chance de aprovação. No entanto, é essencial sempre avaliar as condições para ver se realmente são vantajosas.

Que práticas adotar para ter um crédito pessoal positivado?

Ter um crédito pessoal positivado significa estar apto a pedir empréstimos e obter capital. Isso está diretamente relacionado à sua “fama” no mercado financeiro, conforme mencionado acima. Quer entender melhor? Acompanhe a seguir as práticas para facilitar os pedidos de crédito.

Limpar seu nome

Como você já deve saber, a pessoa que não paga uma conta até a sua data de vencimento recebe uma notificação de débito. A partir dessa notificação, o indivíduo tem um prazo de 10 dias para saldar aquela dívida. Se não o fizer, após esse prazo e de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), a pessoa pode ficar com o nome sujo no mercado.

Em casos como esse, você, como consumidor, fica negativado em instituições como Serasa, Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e cartórios pelo período de cinco anos ou mais. Isso certamente contará contra você na hora de solicitar empréstimo pessoal. Portanto, quitar dívidas anteriores é o primeiro passo para ter um crédito positivado.

Aumentar sua pontuação de crédito e Score

A pontuação de crédito é a classificação dada ao usuário, calculada com base no seu histórico de crédito. As instituições financeiras, bancos e lojas consultam essa pontuação para decidir a aprovação ou não da sua solicitação de crédito.

Como mencionei, o Credit Score é outro fator utilizado na avaliação de crédito, que serve como parâmetro para que as entidades determinem a probabilidade de você não pagar o empréstimo que solicitou.

Esses indicadores orientam as avaliações das instituições financeiras sobre a concessão do seu empréstimo. Mais uma vez, quitar dívidas antigas e manter bons hábitos financeiros ajuda a pontuação a subir.

Procurar instituições credoras

Caso você não esteja mais conseguindo pagar as parcelas das suas dívidas, é recomendado que você primeiro procure o banco ou a instituição financeira para conversar sobre a sua situação. Demonstre que tem interesse em quitar os débitos e proponha uma renegociação nos valores totais e/ou taxas de juros.

Para a instituição credora, é muito mais conveniente renegociar a dívida com o cliente, estabelecendo novas taxas e prazos, do que correr o risco de acabar não recebendo dinheiro algum.

Esses cenários também são válidos para os casos de empréstimo com garantia. É mais vantajoso para o banco renegociar os débitos do que acionar o corpo jurídico para entrar com um processo e tomar o bem oferecido pela pessoa como garantia.

Quando realmente é válido solicitar crédito pessoal?

Eu poderia dizer que nunca, pois não gosto nem um pouco de pagar juros em nada, ou de me comprometer com parcelas ou prestações. Hoje eu faço potes financeiros para tudo o que preciso comprar.

Quando eu comprei meu apartamento ainda não tinha inteligência financeira desenvolvida o suficiente para saber que esse não era um bom negócio. Quando comecei a estudar e me especializar no assunto, mais do que depressa eu criei um tipo de renda recorrente somente para pagar meu imóvel.

Assim, eu não preciso me preocupar tanto em trabalhar para arcar com uma parcela e não corro riscos de pagar os tão temíveis juros.

Ninguém está livre de emergências, talvez em algum momento da sua vida seja necessário utilizar um crédito pessoal. Mas pense comigo: algumas emergências vêm da falta de planejamento ou prevenção.

Então, se eu posso pagar um bom seguro, por que eu esperaria o carro que eu uso para trabalhar ser roubado para pedir um empréstimo e financiar outro? Faz sentido para você?

E se você tivesse a oportunidade de não depender tanto dos créditos pessoais?

Lembra que eu falei que faço potes financeiros para adquirir tudo o que quero? Eu nunca trabalhei de carteira assinada. Sou empreendedora há 15 anos. Por isso, quando o dinheiro entra na minha conta, eu gosto de ter liberdade de escolha, não quero sair pagando por um monte de coisas que comprei e não utilizo mais ou até que me arrependi.

Então vou te ensinar algo que ensino aos meus clientes e dá supercerto. Funcionou até comigo, que sempre fui imediatista e queria tudo “pra ontem”. É a técnica do pote financeiro.

Imagine: você tem uma festa para ir em 3 meses e sabe que vai precisar de roupas novas. Você tem a chance de, na semana da festa, pegar seu cartão de crédito e comprar aquela roupa maravilhosa que só vai usar uma vez e continuar pagando por mais 10 meses. Mas também tem a chance de fazer um pote financeiro para adquirir essa roupa à vista e sem criar uma dívida para isso.

Se a roupa custa R$ 300, seu pote terá esse valor como objetivo. Lembre-se: quando compramos à vista, temos maior poder de negociação e podemos pedir descontos. O pote financeiro é como se fosse uma poupança: você vai guardar uma quantia toda semana, todo mês ou até mesmo todo dia, até chegar no valor que você precisa.

Você pode ter vários potes: o da roupa, do apartamento, do carro novo. Não há limites, pois eles são de curto, médio e longo prazo. Quando meu filho mais novo tinha 4 anos, ele tinha um pote financeiro para carrinhos de corrida que ele ama.

Então sempre me perguntava: “mamãe, já dá para comprar 4?” Estou ensinando a ele a mágica de comprar à vista e que podemos sempre nos reeducar para fugir da tentação dos créditos pessoais.

Uma pesquisa feita por um grupo de estudantes nos Estados Unidos comprovou o que eu já sabia há muito tempo. Pedimos créditos para saciar uma vontade da nossa alma ou para manter um status que ainda não temos condições de ter.

Não consigo ver sentido em pedir crédito para casar e entrar na vida a dois já endividado em nome de ostentar uma festa cinematográfica a amigos e familiares que quase nem vemos. Quando temos nossas emoções controladas, também controlamos nosso dinheiro — e nossa vida financeira flui com mais leveza e responsabilidade.

A sua liberdade financeira começa quando você para de gastar e começa a juntar dinheiro. Economizar é o primeiro passo para a tão sonhada vida livre.

Essa liberdade financeira te arranca do vício de usar crédito pessoal até para as coisas mais simples da vida — como comprar um sapato — e te torna uma pessoa que programa as novas aquisições. Planeje e programe. Aí está um caminho para quem quer e precisa dominar suas finanças e não depender de créditos pessoais para viver.

Se você gostou de entender o que é crédito pessoal, compartilhe nas suas redes sociais! Assim você ajudará amigos e familiares a utilizar os empréstimos com mais consciência.

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Por Mongeral Aegon

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