Metas financeiras: veja a importância e defina as suas

Ele é um ex-engraxate, filho de imigrantes espanhóis, que morou em cortiços no Brás (bairro humilde em São Paulo) antes de conseguir seu primeiro emprego em uma corretora e aprender como fazer das metas financeiras um trampolim para o sucesso econômico.

Graças a isso, partindo de muito pouco, multiplicou seu patrimônio a ponto de se tornar dono de uma das maiores fortunas do país. Estamos falando de Luiz Barsi, chamado de Warren Buffett brasileiro. Mas poderíamos estar falando de você.

A falta da cultura de economizar no Brasil faz com que boa parte de nós alcance a idade adulta sem qualquer orientação sobre:

• como gerenciar nosso salário;

• como viver bem sem desperdiçar;

• como juntar dinheiro;

• onde investi-lo.

O resultado dessa escuridão em educação financeira são dados como os do SPC que, em 2016, divulgou uma pesquisa que atesta que 62% dos brasileiros não se sentem seguros em lidar com dinheiro.

Ou do Banco Mundial, que revelou que 44% dos brasileiros consideram impossível levantar aproximadamente R$2.500 em uma reserva de emergência.

Para mudar esse cenário, é importante ter metas financeiras claras e buscar meios para alcançá-las! Quer saber como isso é possível? Continue lendo para descobrir!

O que são metas financeiras?

Saiba como criar e perseguir suas metas financeiras

Metas financeiras correspondem a propósitos definidos — ou seja, resoluções, desejos e finalidades que se pretende atingir futuramente. Elas se diferenciam de objetivos, que são mais amplos e servem, muitas vezes, como degraus ou passos para que sejam alcançados.

Por exemplo, no contexto familiar, comprar um imóvel geralmente é um objetivo, pois envolve a aquisição de um bem que requer um montante elevado. Além disso, normalmente é necessário um tempo longo de pagamento ou de acúmulo de capital para concretizar a compra.

Uma meta para alcançar esse objetivo seria juntar determinado valor, em um tempo predefinido, a fim de dar entrada no financiamento desse bem. Outra meta seria acumular uma quantia específica, em paralelo ao pagamento principal, para amortizar o financiamento e acelerar a aquisição do imóvel.

Veja que é preciso ter planejamento e organização financeira tanto para conquistar o objetivo maior quanto para cumprir ambas as metas. Também é importante ter estratégias que contribuem para o alcance dos propósitos, como:

• juntar uma porcentagem da renda todo mês;

• reduzir gastos para sobrar um valor que será direcionado para a aquisição;

• aplicar em ativos financeiros para que gerem rendimentos, que serão usados na compra do bem;

• buscar um novo emprego que pague mais, a fim de que se tenha mais dinheiro para empregar na aquisição do imóvel etc.

As metas se distinguem por serem propósitos menores dentro de um intuito maior. Além disso, é importante que sejam concretas e alcançáveis, estando dentro de suas possibilidades atuais.

Portanto, não adianta definir como meta economizar 30% do seu salário se você tiver gastos necessários para sua subsistência que ultrapassem 90% da sua renda. Você dificilmente conseguirá juntar o valor desejado e ainda poderá se frustrar por não conseguir bater a meta.

Nesse caso, a dica é começar guardando os 10% que podem ser destinados a esse intuito e buscar outras medidas para obter o dinheiro que falta.

materiais educativos

O que podemos considerar como metas financeiras?

Primeiramente, saiba o que deseja. Por exemplo, se quer realizar uma viagem para o exterior, suas metas envolverão as pequenas atitudes ou ações que precisará realizar para que esse propósito se torne realidade, como:

• efetuar pesquisas em agências de viagens, avaliando preços de passagens e serviços oferecidos. Tudo isso para encontrar o melhor custo-benefício;

• juntar um valor todo mês para pagar a viagem;

• acumular milhas aéreas para obter descontos na passagem;

• providenciar toda a documentação necessária para viajar. Isso pode envolver o pagamento de taxas de emissão, custos de transporte, despesas com cartório etc. No entanto, é possível não ter gastos nessa etapa, especialmente se já estiver de posse dela. Nesse caso, a meta estaria ligada à busca e organização dos documentos;

• providenciar vacinas e pagar seguros obrigatórios, se o contexto exigir, até um prazo determinado. Aliás, é preciso ficar de olho nisso, pois há situações em que a vacina deve ser tomada em um período determinado, antes da viagem.

Em resumo, geralmente meta envolve tempo e quantidade monetária — como o dinheiro que se pretende juntar para comprar o imóvel ou para viajar —, sendo uma etapa necessária para que algo maior (objetivo) seja atingido.

Que dicas podem ajudar a estabelecer e organizar metas financeiras?

Se você chegou até aqui é porque demonstrou atitude e interesse em sair da mesmice e mudar a história de sua vida financeira. Ou seja. 50% do caminho já foi percorrido.

Este post foi elaborado para ajudá-lo a ultrapassar os outros 50%, para que aprenda sobre a importância de ter metas financeiras e sobre como materializá-las com 11 dicas. A seguir, confira quais são elas!

1. Faça um bom planejamento

O estatístico William Deming dizia que:

Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se controla.

Planejar é condicionar seu comportamento para uma ação futura programada, de forma estratégica. Se você é jovem e está começando a estruturar sua vida financeira, certamente tem uma série de sonhos.

Fazer aquele intercâmbio estudantil ou aquela viagem de fériasComprar um carro zero? Ter dinheiro para abrir um negócio? Tudo isso é possível, independentemente de seu salário. Mas, é claro, desde que haja planejamento.

E está aí o Luiz Barsi, que não nos deixa mentir! Com disciplina e paciência, além de metas bem definidas dentro de sua estratégia de investimento, ele conseguiu mais de R$1 bilhão na Bolsa.

Para começar a planejar, registre seus objetivos, o valor total que almeja e quanto é necessário juntar mensalmente. Também informe em quantos anos você pretende atingir seu alvo. Isso é apenas o primeiro passo.

2. Elabore uma planilha de controle de gastos

Alvo detectado e montante definido, é hora de entender como seu salário vai alcançá-lo, o que passa pela elaboração de um controle de orçamento doméstico.

Montar uma planilha com o detalhamento de suas finanças pessoais ajudará você a revisar suas prioridades. Mais do que isso, fará você perceber que muitas despesas podem ser enxugadas ou readequadas.

A simples estruturação das finanças pessoais possibilita a redução de 20% a 30% das despesas. Para tanto, registre todas as suas despesas e receitas para posterior avaliação crítica do que pode ser redimensionado.

Além da planilha, existem diversos aplicativos para você controlar seus gastos, que têm funcionalidades como emissão de alertas no atingimento de limites de despesa, simuladores da rentabilidade de investimentos e até gatilhos para programar lançamento de dívidas a prazo. Nada mal, não é?

Mas se preferir uma boa planilha, aproveite e baixe uma versão pronta que preparamos. Veja também nossos materiais gratuitos sobre educação financeira!

3. Entenda que os mais bem-sucedidos sabem renunciar

Você já definiu seu alvo no planejamento, já sabe quanto custa e também qual sua estrutura de despesas mensais. Resta agora mensurar o tamanho do seu sacrifício financeiro, ou seja, quanto você terá que juntar mensalmente para chegar onde quer.

A vida é um jogo de perdas e ganhos. No seu caso particular, isso significa que conseguir segurar determinado montante mensal certamente vai impor determinadas renúncias.

Em outras palavras, aquela balada no sábado, aquelas viagens diárias de Uber que são muito mais cômodas do que pegar transporte público, aquela roupa descolada que você viu na vitrine do shopping na semana passada etc.

Em economia, essa renúncia se chama trade-off e é ele que você deverá adotar como mantra se quiser alcançar o primeiro milhão, a tão sonhada independência financeira ou, simplesmente, trocar de carro.

O alcance de suas metas financeiras vai proporcionar isso a você, desde que entenda que a vida é repleta de trade-offs. Adiante, você verá dicas para identificar alguns desses itens.

4. Fixe metas realistas

Um alerta: metas não são desejos pessoais! Eu gostaria de juntar todo meu salário para comprar uma Ferrari, mas obviamente, sei que seria absurdo acreditar que posso passar o mês sem gastar 1 centavo.

Seja realista, não trabalhe com sonhos irreais. Em vez disso, estipule referenciais financeiros factíveis, alvos potencialmente concretos, capazes de serem materializados com esforço, disciplina e determinação. Isso pensando no longo prazo.

Estabelecer metas inatingíveis apenas vai conduzir você a frustrações, implodindo projetos de crescimento financeiro que poderiam ser frutíferos e mudar seu destino.

5. Monitore seu desempenho permanentemente

O processo de construção de uma vida financeira estabilizada requer constante retroação. Trata-se de um processo incremental, ou seja, um caminho dinâmico que envolve permanentes readequações, ajustes e monitoramento intenso de seus gastos, a fim de checar sempre se você continua no caminho certo.

É preciso se reavaliar constantemente, a fim de encontrar novas possibilidades de gerar renda ou de economizar. Também é necessário checar se alguma das renúncias poderia ser evitada, de modo a restabelecer alguma despesa que seria importante para você e que, por ter sido cortada, trouxe problemas.

6. Acredite em sua capacidade de alcançar objetivos traçados

Faz-se necessário empatia consigo. Acredite que você é capaz de materializar suas metas planejadas. Tenha certeza: a sua descrença em sua capacidade de construir algo condiciona negativamente as suas ações, induzindo-o a fraquejar em momentos cruciais de sua jornada financeira.

Muitos insucessos se originam não no bolso, mas em sua mente, cética no êxito de seu planejamento financeiro audacioso. Seria o caso de alguém que tenha metas financeiras altas, que imponham renúncias pesadas no consumo de itens que lhe são importantes e que envolvam mudanças de hábito difíceis de consolidar.

Por exemplo, imagine alguém que queira juntar R$48 mil, durante dois anos, para estudar em uma instituição de ensino no exterior. Para tanto, precisará separar R$2 mil mensalmente, porém sua renda é de R$3 mil.

Se não enxergar a possibilidade real de alcançar esse objetivo, é grande a chance de ele desistir, pois terá só um terço de sua renda ao mês para seus gastos. Caso seu padrão de vida mensal consuma integralmente os R$3 mil, ele terá de fazer esforços e sacrifícios para enquadrar suas contas dentro do novo limite, até conquistar sua meta financeira.

Um provérbio chinês ensina que “é preciso tomar cuidado com as pedras pequenas, porque as grandes nós enxergamos”. Basicamente, “é nessas menores que tropeçamos”. Portanto, tenha cuidado com pensamentos sobre você não conseguir bater suas metas, pois podem dificultar que as alcance.

7. Seja paciente na perseguição de suas metas financeiras

Somos ensinados a usufruir hoje e pagar amanhã. A cultura do crediário, do financiamento e do cheque especial, quase inexistente em países desenvolvidos como o Japão (onde crianças já aprendem desde cedo a poupar) costuma retardar nosso crescimento financeiro.

Reorganize seus conceitos, aprenda o valor de “lutar primeiro e vencer depois”. O sucesso de suas metas em suas finanças pessoais depende fundamentalmente disso.

8. Seja sistemático na execução do planejado

Seja metódico e disciplinado. Se a meta fixada é juntar R$1 mil por mês, não fuja disso, custe o que custar. A ideia fixa (obstinação) é virtude comum entre os empreendedores de sucesso.

Sendo assim, reforce continuamente a necessidade de economizar e, caso preciso, busque ferramentas de apoio. Por exemplo, soluções que notificam você, com frequência, sobre o valor que precisa juntar para que não se esqueça disso.

Você mesmo pode programar avisos em aplicativos de gestão (que tenham essa opção), em agendas virtuais, em soluções de calendários (que venham com a opção de programar eventos, compromissos, datas especiais), entre outras opções.

9. Corte gastos desnecessários

Veja dicas práticas para perseguir suas metas financeiras

Reduzir ou eliminar despesas desnecessárias ajuda a economizar, permitindo a você juntar uma boa quantia para atingir metas financeiras mais rapidamente. Para conseguir isso, no entanto, você precisa dividir seus gastos em três categorias.

A primeira delas corresponde aos itens essenciais, grupo que envolve gastos necessários para a própria subsistência, como os relacionados à alimentação, moradia e saúde. Nesse caso, são as contas básicas, sem as quais a vida fica difícil.

Há os gastos necessários, que são importantes, porém é possível ficar sem eles por um tempo ou limitá-los. Por exemplo, manter um carro.

Dá para viver sem um, ainda mais hoje, em que temos cada vez mais soluções criativas de mobilidade urbana. Por exemplo, aplicativos de motorista particular (Uber, 99, Cabify etc.), de carona (Wase Carpool, Blablacar), de uso de bicicletas (Yellow) e de patinetes elétricos (Yellow, Grin) etc. Contudo, se ele for fundamental para você exercer sua profissão, então ele passa a ser um gasto essencial.

O terceiro conjunto é o dos gastos supérfluos, que podem ser cortados sem que afetem tanto a vida. Usando ainda o exemplo do carro, ele passaria a ser supérfluo se o modelo adquirido fosse de luxo, quando um mais simples já daria conta do que você necessita.

Outro caso é ir todo fim de semana jantar fora, sendo que dá para fazer uma refeição em casa mais em conta. Portanto, é preciso identificar quais itens correspondem a cada grupo desses para poder cortar os desnecessários.

Isso pode ser feito eliminando as atividades relacionadas a eles ou substituindo-as por ações mais econômicas, como no exemplo dado sobre comer em casa.

10. Elimine gastos considerados “pequenos”

Essa dica está relacionada à anterior, mas merece atenção especial. Sabe aquele cafezinho extra no meio da tarde ou aquele salgado comprado diariamente na lanchonete? E o serviço de motorista particular, usado todos os dias da semana, sendo que poderia ser substituído por uma caminhada, uma carona ou uma ida de metrô/ônibus?

Esses itens podem gerar despesas consideradas “pequenas”, mas que, no fim do mês, são capazes de onerar o orçamento de forma considerável. Em uma família ou empresa, isso se torna ainda mais digno de atenção, já que esses gastos são multiplicados por vários integrantes.

Mas não é preciso abrir mão de alguns desses itens, pois existe a possibilidade de reduzir o gasto com eles ou substitui-los por opções mais econômicas.

Por exemplo, ao trocar a marca de café por uma mais barata ou comprar a que deseja em grande quantidade para o mês ou o ano todo. Dessa forma, é possível economizar, pois produtos comprados no atacado costumam ser mais baratos.

Ao reduzi-los, substitui-los ou eliminá-los do dia a dia, será possível juntar um bom valor para alcançar suas metas financeiras.

11. Apoie a realização de suas metas sobre investimentos sólidos e de longo prazo

Não adianta economizar e deixar o dinheiro se desvalorizar na poupança. Existem diversos investimentos financeiros de alta rentabilidade (voltados para o longo prazo) que podem garantir sua estabilidade financeira no futuro.

Planos de previdência privada, aplicações em renda fixa e até mesmo um seguro de vida são algumas boas opções para você direcionar suas economias!

Bem, já jogamos luz sobre o caminho que mudará sua história. Agora, o papo é com sua disciplina, resiliência e vontade de vencer!

Por falar nisso, que tal descobrir agora as 5 lições de como pagar as contas e conquistar sua independência financeira?

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Por Mongeral Aegon

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